Portugal é hoje considerado um dos países a nível mundial com maior potencial no âmbito do enoturismo. Com 14 regiões vitivinícolas, 11 rotas de vinho e mais de 500 players privados no sector, é o 9.º país com a maior área de vinha mundial (190 mil hectares de vinha) e o 3.º país com a maior variedade de castas autóctones (+ de 250).
Por Mafalda Almeida *
Portugal surge em 10.º lugar na produção de vinho a nível mundial, em 11.º no consumo de vinho e em 1.º lugar da tabela no consumo per capita*. Sendo o 14.º destino mais competitivo do mundo, o turismo representa atualmente a maior atividade exportadora do país. Nos últimos anos, Portugal foi reconhecido diversas vezes como o melhor destino turístico do mundo e o enoturismo pode e deve representar um dos principais motores de atração na captação de novos públicos, sendo nossa obrigação posicionarmos Portugal enquanto destino de enoturismo em mercados externos.
De norte a sul do país, a oferta de atividades propostas pelos produtores vitivinícolas é diversificada, representando os produtores um atrativo nas regiões de menor densidade populacional, fomentando a economia e negócios locais, nomeadamente a hotelaria, restauração, transportes e serviços.
O objetivo é claro: o desenvolvimento rural de localidades mais remotas e a possibilidade de as tornar sustentáveis e inclusivas, assumindo-se o enoturismo como âncora e atrativo que impulsiona a decisão de deslocação dos visitantes até elas.
Para captação de um maior número de enoturistas, é necessária maior dinâmica de promoção, proatividade e adaptação dos produtores, entre o produto que oferecem e a expectativa das experiências por parte do seu público-alvo.
Há que desenvolver ofertas integradas de produtos e serviços no enoturismo, assim como estabelecer parcerias entre os vários players no mercado. A partilha de informação com os diferentes operadores turísticos permite dar a conhecer ao público-alvo novas regiões, novas quintas e herdades, novas realidades. Mais do que nunca é fundamental o trabalho em rede incutindo a visão aos produtores vitivinícolas, de que o enoturismo representa um ganho estratégico e significativo para a sua área de negócio, a qual requer investimento e recursos humanos qualificados.
Há que repensar a área e apostar em aspetos de enorme relevância no contexto operacional. Os horários do setor afetos ao turismo, bem como a necessidade de célere resposta ao cliente, por forma a reter os que manifestam interesse e se traduzem em visitantes, são aspetos fundamentais. De igual relevância é a formação do setor, sendo visível o esforço do ensino académico na oferta formativa e de demais entidades que ministram cursos para maior qualificação dos recursos.
Exemplos como a criação da Tejo Wine Route 118 pretendem dar visibilidade não só ao enoturismo do país, mas também à região próxima da capital. Lisboa, continua a ser a região que exerce maior representação internacional e dentro desta, há sub-regiões que apostam no seu destaque, caso da promoção de Bucelas, como única região demarcada para vinhos brancos do Mundo. Regiões como as do Vinho do Porto e do Vinho da Madeira, através dos seus institutos formam anualmente embaixadores, com vista a incentivar a descoberta destas regiões vitivinícolas.
A sustentabilidade da área turística ligada ao vinho, o enoturismo, passa assim por uma dualidade: a transmissão do legado do seu património natural/cultural e o reconhecimento/premiação do trabalho desenvolvido que em 2022 foi pela primeira vez contemplado.
* Fonte: Relatório OIV’22 – Organização Internacional do Vinho
* Professora no Departamento de Turismo do ISCE – Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo Artigo publicado originalmente no site Publituris.
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