“O nosso país precisa urgentemente de uma mudança, são demasiados anos que o PS está governar. Há demasiados maus hábitos que é preciso mudar. Esta mudança terá de vir agora, sob pena de continuarmos a definhar”. Esta foi a primeira mensagem deixada, ao início da tarde, já em jeito de apelo ao voto, por Emídio Sousa, que falava aos jornalistas após a entrega no tribunal de Aveiro da lista que encabeça pela coligação PSD-CDS-PPM Aliança Democrática (AD).
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Para o ainda autarca de Santa Maria da Feira, que está a prestes a deixar o cargo por força do “desafio” do presidente do PSD, Luís Montenegro, para assumir a candidatura à Assembleia da República, Portugal vive “num período crítico da democracia, com muito descontentamento nas pessoas, um empobrecimento geral e os serviços públicos, designadamente o Serviço Nacional de Saúde perto do colapso, qualquer partido não pode aceitar 1,7 milhões de pessoas sem médicos de saúde”, afirmou o primeiro da lista da AD distrital, sem esquecer “os salários manifestamente insuficientes e preços incomportáveis da habitação” que também justificam mudanças de rumo governativo “sob pena de continuarmos a definhar”.
Emídio Sousa já deixou ficar, também, “algumas reivindicações em mãos”, que os candidatos do distrito irão assumir, que passam, entre outras, pela ampliação do hospital de Aveiro, “o grande problema” que é a defesa da costa, a “necessidade” de construir um novo tribunal na Feira, a “Linha do Vouga que é importante”, o acompanhamento da Linha de Alta Velocidade ou novos acessos à Auto-Estrada do Norte e mais algumas infraestruturas que serão colocadas na “ordem do dia”.
A lista de Aveiro da AD tem a particularidade de incluir três autarcas em final de mandato em lugares cimeiros. Além de Emídio Sousa (Feira), Silvério Regalado (Vagos) e Salvador Malheiro (Ovar) vão ser eleitos. “Seria uma perda muito grande o saber que os autarcas têm”, afirmou o cabeça-de-lista, lembrando “em muitos países” a função de autarca é mais reconhecida”. De resto, Emídio Sousa acredita que os eleitores na sua generalidade compreendem a resposta dada ao “chamamento” partidário.
A lista é conjunta com CDS e PPM, sendo que o CDS tem o seu primeiro candidato, no caso de uma candidata (Maria do Céu Marques, de Vagos), no 10º lugar. Em 2022, o PSD elegeu sete deputados e o CDS não alcançou qualquer mandato. Os restantes eleitos foram para o PS (8) e o Chega (1). “Gostaria muito de ganhar as eleições, o que significa ter mais um do que PS”, afirmou Emídio Sousa sem ter “projeções” que permitam antecipar o desfecho eleitoral. Sobre a eventual subida do Chega, que possa atrair votos do PSD, o cabeça-de-lista disse estar mais preocupado com “o eleitorado que tem razão para estar descontente” e poderá orientar o seu voto para o Chega. “A maioria dessas pessoas são pessoas moderadas, que estão zangadas por falta de expetativas de vida. Temos de convencê-los que vale apostar nas nossas políticas de crescimento”, explicou.
Discurso direto
“Teria todo o prazer em ter um debate com Pedro Nuno Santos [secretário-geral do PS e cabeça-de-lista pelo distrito de Aveiro]. A perspetiva económica dele está completamente errada” (ouvir declarações abaixo).
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