A importância de comparar diferentes abordagens sobre a cidadania e aprofundar questões sobre inclusão cultural, interculturalidade, igualdade (de género, proveniência, mobilidade, …), bem como a luta pelo reconhecimento de minorias culturais, religiosas e com diferentes orientações. O dever de antecipar a reflexão e a ação sobre a igualdade, as políticas de integração/inclusão, as lutas pela dignidade em todas as diversidades.
Por Manuel Oliveira de Sousa *
Porque a melhor obra são as pessoas!
Há quatro anos que o vimos afirmando e percorrendo todas as “casas” que nos acolhem. São políticas participadas (porque quem paga impostos e contribui para que o Estado funcione, cada um de nós, tem o poder, tem o direito à opinião e a ser voz ativa – como é próprio da democracia).
Temos esta posição de princípio; porque, em primeiro lugar, todas as pessoas são diferentes e merecem ter as mesmas oportunidades.
Depois, porque não olhamos para quem partilha a vida connosco como um conjunto de cidadãos eleitores, mas como pessoas; pessoas com nome próprio, com opinião, com ideias, com propostas, com soluções, com dificuldades também, que é preciso acolher e desenvolver.
Em terceiro lugar, se é verdade que, pelos princípios fundacionais, os partidos são diferentes, também é verdade que na política as pessoas não são todas iguais – e dentro dos partidos também há diferenças. De pouco vale diabolizar os partidos para afirmar a uma pretensa “cidadania pura”, porque esta, rapidamente, e como sempre, ao organizar-se tem os mesmos efeitos e defeitos: ser alternativa, fazer escolhas, fazer política.
Por isso, cuidar, estar próximo, ouvir, integrar,… são tudo expressões de uma realidade da qual recusamos desistir. E o único caminho para esta resiliência está no diálogo – o Partido Socialista têm designado por Diálogos Colaborativos, porque é com a colaboração de todas as pessoas que sentem a sua terra, a sua Freguesia, o seu Bairro, a sua Rua,… como espaços de interação, de realização conjunta, de todos poderem participar.
A nossa opção são as pessoas! É com elas que construímos o bem comum (o que é de todos e ao serviço de cada um), integrando as diferenças, empreendendo o desenvolvimento sustentável, com práticas políticas do século XXI, deixando de lado “a política que deixou de ser um debate saudável sobre projetos a longo prazo para o desenvolvimento de todos e o bem comum, limitando-se a receitas efémeras de marketing cujo recurso mais eficaz está na destruição do outro.
Neste mesquinho jogo de desqualificações, o debate é manipulado para o manter no estado de controvérsia e contraposição. Nesta luta de interesses que nos coloca a todos contra todos, onde vencer se torna sinónimo de destruir, como se pode levantar a cabeça para reconhecer o vizinho ou ficar ao lado de quem está caído na estrada? Hoje, um projeto com grandes objetivos para o desenvolvimento de toda a humanidade soa como um delírio. Aumentam as distâncias entre nós, e a dura e lenta marcha rumo a um mundo unido e mais justo sofre um novo e drástico revés.
Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos de nos constituirmos como um «nós» que habita a casa comum.”
As palavras não são do PS, são da recente carta social de Francisco, de outubro de 2020. Mas o PS, com os Diálogos Colaborativos, continua lado-a-lado com cada aveirense: envolver todos nos processos de diagnóstico, deliberativo e prospetivo (programas, medidas, políticas), a partir do diálogo e metodologias de trabalho que permitam participação, envolvimento sistémico e consolidação de liderança(s) e compromissos.
A importância de comparar diferentes abordagens sobre a cidadania e aprofundar questões sobre inclusão cultural, interculturalidade, igualdade (de género, proveniência, mobilidade, …), bem como a luta pelo reconhecimento de minorias culturais, religiosas e com diferentes orientações. O dever de antecipar a reflexão e a ação sobre a igualdade, as políticas de integração/inclusão, as lutas pela dignidade em todas as diversidades.
Considerar como determinante a reflexão sobre a intervenção e a participação social e o exercício da cidadania através da análise de práticas que visem inovar e enriquecer a democracia através de diferentes formas de envolvimento dos cidadãos no planeamento territorial e orçamental e nas decisões sobre políticas públicas.
Dar destaque especial a inovações de âmbito local e regional, tais como o Orçamento Participativo e práticas de democratização dos conhecimentos, como os Conselho de Saúde, Conselho de Jovens, Conselho da Inovação e conhecimento, planos municipais e intermunicipais estratégicos para o futuro das comunidades, dos recursos e da sustentabilidade local e global e outras que relacionam diferentes saberes e cidadãos com âmbitos específicos de ação da ciência e tecnologia.
Dar destaque à participação, redes e movimentos sociais onde podem ser ativados processos de consulta à sociedade, laboratórios de dinâmicas de vida.
Ponderar os movimentos sociais emergentes e as suas redes de interconexão, a partir de um entendimento amplo do conceito de “político” e do trabalho de “politização”. Considerar que o que está aqui em discussão é a possibilidade de transformar o que parece não político em político. Esta mudança implica abordar problemas e experiências que têm permanecido invisíveis à maioria da sociedade civil e do Estado, e ainda criar novas relações de poder através de ações e confrontos de alta visibilidade pública, com especial atenção às práticas relativas à ecologia política e aos movimentos artísticos empenhados nas lutas para a conquista do direito à cidade, ao território, à mobilidade, à sustentabilidade, à cultura, ao turismo, à coesão social municipal.
É este o nosso carisma!
Por isso, com determinação na ação, elevação no caráter, persistência para acolher e envolver, resiliência para conseguir mudar que estamos em “diálogos colaborativos” em todas as Freguesias, com todas as pessoas, sobre todos os assuntos que definem a nossa realização e felicidade como aveirenses.
* Presidente da concelhia do PS de Aveiro.