Num mundo globalizado, a necessidade de uma educação financeira sólida é fundamental para preparar os alunos para as responsabilidades financeiras da vida adulta, dotando-os das ferramentas necessárias para tomar decisões informadas e responsáveis na gestão do seu dinheiro.
Por Diogo Fernandes Sousa *
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Naturalmente que o meio passível de uma transmissão generalizada desta ideia seria a escola. Assim, o que se deveria realizar era uma antecipação de aprendizagens que se associam à disciplina de Economia A para o curso de ensino secundário de Ciências Socioeconómicas, contudo aprendizagens ajustadas a metodologias de aprendizagem que potenciem o interesse dos alunos face ao tema em questão.
Nesse sentido, propõe-se a inclusão de uma disciplina, apenas de uma hora por semana, dedicada exclusivamente a este tema, tal como já acontece em muitas escolas privadas. Abordar tópicos como a gestão de um orçamento familiar, poupança e investimento é importante para construir uma base sólida de conhecimentos financeiros.
Seguidamente, sugeria a implementação de simulações práticas, designadamente através de parcerias com instituições financeiras, como a criação de jogos de mercado de investimento que recorram a dados reais, onde podemos dar a título de exemplo, o jogo da bolsa 2023. Esta experiência permitiria enfrentar um conjunto de desafios financeiros, acompanhar o mercado bolsista e lidar com o sucesso e insucesso dos seus investimentos, desenvolvendo habilidades práticas de gestão financeira.
Na mesma lógica das parcerias com instituições financeiras, considero igualmente importante a realização de palestras e workshops proporcionados por profissionais financeiros que possam transmitir a sua experiência profissional aos jovens.
Finalmente, outra ideia poderia ser o incentivo à poupança desde cedo, com a criação de um mealheiro da turma onde todos contribuiriam com um valor simbólico por mês que permitisse, no final do ano letivo, reunir um conjunto de ideias para aplicar o dinheiro, nomeadamente alguma visita de estudo, sendo que a melhor ideia, em votação de turma, seria a visita a realizar com esses fundos.
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Num âmbito mais social, o mealheiro da turma poderia ser aplicado numa doação a uma instituição social escolhida pelos alunos, na qual a instituição teria de demonstrar aos alunos como procedeu à sua aplicação. A título de exemplo, a instituição poderia, com acompanhamento dos alunos da turma, servir refeições a pessoas sem-abrigo para dar a compreender que aquele montante ajudou um número significativo de pessoas.
Concluindo, acredito ser igualmente importante, a formação de professores em educação financeira para assegurar que todos estariam aptos a transmitir conhecimentos relevantes. Em síntese, ao adotar estas ideias, não apenas preparamos os alunos para uma gestão financeira responsável, como também fomentamos um entendimento mais amplo do impacto social das decisões financeiras, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes do seu papel na construção de uma sociedade economicamente saudável e socialmente responsável.
* Professor do Instituto Politécnico Jean Piaget.
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