Economia circular, investigação e inovação

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Economia circular.
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Na economia linear parte-se de matérias-primas para chegar a um produto final, com eventual produção de resíduos. No final do seu período de vida útil, o produto final torna-se ele próprio um resíduo. O problema, claro, é que nem as matérias-primas nem a capacidade de armazenar resíduos são ilimitados.

Por Paulo Jorge Ferreira *

A investigação científica e a inovação podem tornar possível a reciclagem mais completa do produto final, ou o aproveitamento dos resíduos como matéria-prima para novos produtos, criando oportunidades de negócio e reduzindo o desperdício.

Contudo, é difícil identificar essas oportunidades, que podem situar-se muito longe da área de negócio original. A valorização de uma cadeia de valor exige conhecimento científico e capacidade de inovação para encontrar novas aplicações, produtos e áreas de negócio.

É neste sentido que muita da investigação feita na Universidade de Aveiro se torna relevante para as empresas e sociedade. A proximidade com o tecido produtivo permite à Universidade e aos seus parceiros encontrar caminhos mais curtos para a valorização de subprodutos, que também valorizam a investigação científica que lhe está na base.

O projeto Inpactus – produtos e tecnologias inovadores a partir do eucalipto, liderado por um consórcio que envolveu a Universidade de Aveiro, a The Navigator Company, o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel e a Universidade de Coimbra, é um bom exemplo deste tipo de colaborações. Com um investimento global de 14,6 milhões de euros, mais de 200 pessoas desenvolveram uma nova geração de produtos amigos do ambiente, alguns já em fase de comercialização, novas aplicações para materiais em novos mercados e a implementação de novos processos de produção. No total, a parceria gerou 37 patentes, 66 protótipos, 114 provas de conceito e 140 publicações.

Evoluir para uma economia circular é a melhor forma de conciliar crescimento económico, recursos finitos e um planeta mais verde. Trata-se, muito simplesmente, de garantir o nosso futuro.

Vale a pena pensar nisso.

* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado em UA.pt.

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