Economia Azul, um imperativo do Portugal Sustentável

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Aquacultura.
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Portugal é um país atlântico com sabor mediterrânico. Europe’s West Coast, da gastronomia, à qualidade de vida, às tecnologias, e também, claro, à Economia Azul. O fomento da Economia Azul é um imperativo, pela criação de valor e de postos de trabalho qualificados que representa, e pela contribuição de Portugal para um desenvolvimento sustentável no mundo.

Por Filipe Santos Costa *

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Portugal goza de uma notoriedade espontânea em tudo o que se relaciona com o mar. Começando pelo pescado português, que atinge uma cotação premium pela qualidade e frescura. Por alguma razão, na dieta portuguesa, difundida pelo turismo, impera o peixe e o marisco. O mar português traz também associada a inovação tecnológica, o talento humano, declinados na construção naval, no offshore, na biotecnologia ou na aquacultura. Não surpreende, por isso, que Portugal seja um destino top-of-mind para o investimento na Economia Azul, como o demonstram os inquéritos a investidores.

Desde logo, na fileira do agroalimentar e pescas, o pescado representa 1.300 milhões de euros em exportações, com taxas de crescimento reais de 10 por cento. Com as capturas limita- das, o crescimento dar-se-á através da aquacultura e da transformação do pescado. São vários os grupos económicos a sinalizar com interesse o potencial do país para ser um hub internacional para espécies de alto valor. Linguado, salmão, bivalves ou, futuramente, algas. Na aquacultura moderna, a ciência consegue o impossível: concilia a escala necessária para minimizar o impacto ambiental. O peixe de aquacultura é, de todas as proteínas de origemanimal, a que tem menor impacto ambiental.

Se lhe somarmos a produção em proximidade, e a transformação local de valor acrescentado, Portugal estará a contribuir para a segurança alimentar na Europa e diminuição da pegada carbónica. Quem diria?

Com um défice de dois terços do que consumimos e uma enorme procura internacional, a produção está naturalmente tomada, mas há toda a vantagem em promover a origem Portugal nos mercados externos, criando uma marca forte de país, como a Noruega o fez com comprovado sucesso ao longo das últimas décadas. Ou como o aspira fazer Marrocos, com arrojo e planeamento.

Começamos, nesta edição, por dar a conhecer o setor, destacando fileiras em que Portugal tem já casos de sucesso. Sabemos que cada caso de sucesso contribui para desmistificar o setor, demonstrar as suas imensas mais-valias e conquistar a confiança das comunidades. Ao longo desta década Portugal tem condições para multiplicar por muito o investimento e produção em aquacultura, com o orgulho nacional de poder demonstrar que temos o “melhor peixe do mundo”. O potencial é avassalador. Basta pensar que a resposta ao aumento da procura de peixe só pode vir de países com acesso ao mar, com águas de qualidade e proximidade aos mercados.

O compromisso da AICEP com o desenvolvimento da Economia Azul é total. Trata-se de um pilar estratégico da afirmação económica do país, onde o conceito de “Blue Ocean Strategy” não poderia ser mais apropriado.

* Presidente do Conselho de Administração da AICEP. Editorial da Revista PortugalGlobal de Maio.

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