Se lhe propuserem um projeto STEAM, como reagirá?

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Fábrica Ciência Viva, Aveiro.

Para muitas pessoas, uma eventual proposta do professor de um filho para participar num projeto STEAM (em inglês, significa “vapor de água”) poderá levar a, no mínimo, uma sobrancelha levantada.

Por Margarida M. Marques *

O conceito tem um significado difícil de alcançar até para quem trabalha na área da Educação. Na verdade, STEAM refere-se a abordagens de ensino interdisciplinar de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics, STEAM), traduzindo-se frequentemente em projetos que pretendem promover aprendizagens dessas áreas, de uma forma integrada.

O “A”, a recente adição ao acrónimo inicial de STEM, é interpretado de formas distintas: desde a integração de artes visuais como forma de promover a criatividade, até a um sentido mais lato de “A”, representando também a área das Humanidades (incluindo Línguas e Cultura).

A ideia de abordar as diferentes áreas do saber de forma integrada, ou seja, transpondo os limites das áreas disciplinares, poderá parecer revolucionária. Aliás, acredito que a maioria de nós terá experienciado uma vida escolar marcada por disciplinas distintas (o Português, a Matemática, a História, etc.), trabalhadas em dias e horas específicos, sendo o estudo realizado numa disciplina bem diferente e desligado do estudo que se faz noutra disciplina. Mas o movimento STEAM também poderá ser visto como apenas um novo modismo; mais um entre os vários que chegaram e partiram ao longo dos anos.

Como muitas outras questões na atualidade, a Educação STEAM não reúne consenso, nem mesmo entre os entendidos na área.

Pessoalmente, e enquanto investigadora em Educação em Ciências, reconheço no movimento STEAM um conjunto de características que a investigação tem apontado como importantes num processo de ensino e aprendizagem bem-sucedido, como: a integração de diferentes disciplinas na resolução de problemas cuja complexidade transcende um conhecimento disciplinar específico ou mesmo a seleção de problemas reais da sociedade global e/ou da comunidade onde se insere a Escola. Desta forma, ao centrar o ensino na resolução de problemas relevantes para os alunos, em vez de o centrar na disciplina, procura-se envolver todos os alunos, independentemente do género, cor ou credo, na realização das aprendizagens curriculares, ou seja, aquelas que a Escola se propõe a promover.

Regressando à questão inicial, se o professor do seu filho propuser o desenvolvimento de um projeto STEAM, parece-me que poderá ser sinal de que quer promover uma aprendizagem significativa e relevante para todos os seus alunos. A minha sugestão é que se envolva e tente conhecer o projeto; poderá eventualmente ser surpreendido pela positiva…

Gostaria de saber mais sobre o assunto? Recentemente, entre 28 de abril e 9 de junho, o CIDTFF promoveu um Ciclo de Webinars, o STEAM Talks, que é possível (re)ver no seu canal de YouTube (em shorturl.at/djtuF).

*Investigadora do Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) Universidade de Aveiro. Artigo publicado orginalmente no site UA.pt.

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