Droga / Julgamento: Alegados membros de rede negam “vida do tráfico”

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Tribunal de Aveiro.

Seis pessoas, uma das quais do sexo feminino, entre os 33 e os 50 anos, começaram a ser julgadas em Aveiro, esta terça-feira, por tráfico de droga. Dois deles respondem também por posse de arma proibida.

Dois homens encontram-se em prisão preventiva desde a operação da GNR que desmantelou a suposta rede em dezembro do ano passado.

Os arguidos, todos portugueses com exceção da mulher, que é espanhola, quiseram prestar declarações no início do julgamento, rejeitando a acusação do Ministério Público (MP), segundo a qual o grupo fazia do tráfico de droga modo de vida.

A investigação prolongou-se durante ano e meio com vigilâncias e escutas até ao cumprimento de mandados de buscas e detenção.

O balanço final dá conta de apreensões feitas numa residência em Aveiro e numa quinta na zona do Areão, Vagos, no total, de 2.336 doses de haxixe (mais de um quilo), 134 doses de liamba, alguma quantidade de drogas sintéticas e dinheiro (cerca de 30 mil euros), entre outros artigos relacionados com o tráfico.

GNR detetou entrega de dois quilos de haxixe a organizador de ‘raves’

Segundo a acusação, um dos dois arguidos detido, o único residente fora da região (Algarve), chegou a vender de uma vez dois quilos de haxixe por 2500 euros ao outro homem em prisão preventiva, que revenderia a consumidores, nomeadamente em festas clandestinas do tipo ‘rave’ que organizava na quinta do Areão, onde um outro arguido era uma espécie de caseiro.

O algarvio tinha consigo mais de 14 mil euros no dia em que foi detido numa deslocação a Vagos, bem como 100 gramas de haxixe.

Em tribunal, garantiu que o dinheiro não era resultante de tráfico, mas do “trabalho” como gestor de marketing numa unidade hoteleira e de um negócio de comércio de animais de companhia. Esta era a razão das viagens frequentes ao encontro do amigo das festas, que também tinha criação de cães. Daí, justificou, falarem ao telefone na compra de cachorrinhos e bulldogs, mas também de iguanas, que o MP diz ser linguagem codificada para se referirem a droga. Já o haxixe na sua posse seria para consumo próprio.

Na quinta do Areão, a GNR apreendeu, além de droga (mais de meio quilo de haxixe), mais de 14 mil euros, diversos artigos habitualmente relacionados com tráfico e uma lista de vendas a possíveis consumidores.

Arguido nega que tivesse estufa de droga em Cacia

Na residência de um dos arguidos, em Cacia, além de 438 gramas de haxixe, foi encontrado material que serviria para montar uma estufa de plantação de cannabis. O acusado assumiu apenas o consumo e esporadicamente a venda para “desenrascar amigos”, garantindo que estava a guardar a droga encontrada pela GNR a pedido do organizador de ‘raves’. Sobre a estufa, assegurou que nunca esteve a funcionar.

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