A Polis Litoral Ria de Aveiro informa que os trabalhos de dragagem na Ria de Aveiro continuam a bom ritmo, com 6 dragas e 2 batelões em operação, que se encontram a sul do Carregal no canal de Ovar, no canal em frente ao cais da Tijosa que dá acesso ao cais da Ribeira, no acesso ao Cais do Puchadouro, no rio Boco e no Canal de Mira, nos acessos ao cais dos pescadores e ao porto de recreio da Costa Nova.
Do total de 1 milhão de m3 de sedimentos a dragar dos vários canais da Ria, cerca de 650 mil m3 serão depositados nas margens da ria, em zonas baixas ameaçadas pelas cheias, para proteção de pessoas e bens. Nos Canais de Mira e de Ovar até ao Carregal, para além dos depósitos previstos nas margens, parte dos sedimentos, cerca de 350 mil m3 será depositada na praia, na zona de rebentação, de forma a lavar o sedimento e reforçar a deriva litoral, com vista à minimização de efeitos erosivos nestes troços particularmente ameaçados.
Em complemento às operações de dragagem estão assim a ser criados depósitos nas margens da ria, cuja contenção é feita com o próprio material, ou com a colocação de paliçadas em madeira ou de biorrolos. As paliçadas de madeira ou de biorrolos têm como função conter os sedimentos provenientes das dragagens, evitando que retornem aos canais de navegação da Ria, tendo sido já aplicados em vários locais nas margens da ria, Ovar, Murtosa, Ílhavo e Vagos, numa extensão total de 7 km.
Os biorrolos são soluções de engenharia natural, que consistem numa matriz de fibra de coco compacta, com densidade homogénea ao longo de todo o rolo, sendo reforçados externamente por uma rede estrutural, também em fibra de coco. Servem para promover a contenção periférica de zonas sujeitas a erosão, promovendo a sedimentação de material depositado no contexto das dragagens, contribuindo também para a fixação e reabilitação de margens dos canais, para além de poder também servir como substrato à plantação de espécies aquáticas.
Iniciou-se na passada semana a constituição de motas de proteção na envolvente à povoação da Tijosa, no concelho de Ovar, umas das mais ameaçadas e vulneráveis face aos atuais níveis e amplitudes de marés. Com a constituição destas motas de proteção, com recurso ao material dragado nos canais envolventes, pretende-se garantir a salvaguarda de pessoas e bens, reduzir os constrangimentos de acesso à povoação, que frequentemente vê a única estrada de acesso submersa, e possibilitar a utilização de alguns terrenos agrícolas que têm vindo a ser abandonados face à salinização dos terrenos, provocada pelas águas da Ria.
Recorde-se que esta empreitada – Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio
Hidrodinâmico na Ria de Aveiro (também designada por Desassoreamento na Ria de Aveiro e que está a ser desenvolvida em 2 lotes) – está em curso desde 23 de abril de 2019, tendo sido adjudicada pela Polis Litoral – Ria de Aveiro ao Consórcio “ETERMAR/MMAS/ROHDE NIELSEN”, pelo valor de 17,5 milhões de euros + IVA.
Está previsto dragar cerca de 1 milhão de m3 de sedimentos nos canais de Ovar até ao Carregal e até Pardilhó, da Murtosa, de Ílhavo (rio Boco), de Mira, no Lago do Paraíso e na Zona Central, numa extensão global de 95 km, cujo objetivo passa pelo reforço de margens e motas em zonas baixas ameaçadas pelo avanço das águas e da deriva litoral, contribuindo desta forma para a minimização de riscos, especialmente de erosão costeira.
Esta ação é financiada pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, com uma comparticipação de 75%, sendo a contrapartida nacional assegurada pelo capital social proveniente do Estado e pelas Águas do Centro Litoral, no que respeita à estabilização das suas condutas.
Polis Litoral Ria de Aveiro