Dois homens envolvidos em burlas relacionadas com um pretenso ‘negócio de ouro’, que mais não era do que um esquema habitualmente designado como ‘pirâmide financeira’, foram condenados a penas de prisão pelo Tribunal de Aveiro, esta quinta-feira. Um deles terá de cumprir tempo de cadeia.
Um empresário da zona de Almada, de 50 anos, ligado atualmente ao sector dos metais ferrosos e não ferrosos, foi condenado a seis anos de prisão, em cúmulo jurídico, por 29 dos 37 crimes de burla qualificada de que estava acusado.
Já o informático de 29 anos, ex-aluno da Univerisidade de Aveiro (UA), que foi cúmplice e angariador de quantias junto de amigos e familiares, foi condenado a quatro anos e meio de cadeia, também por 29 crimes, vendo a pena suspensa por igual período, com a obrigação de pagar 4.500 euros à Florinhas do Vouga (IPSS de Aveiro).
Os arguidos foram absolvidos de oito crimes de burla, uma vez que nestes casos as pessoas que ‘alinharam’ tinham conhecimento do esquema, assim como do pagamento de indemnizações.
O juiz presidente do coletivo que julgou o processo disse que ficou demonstrado de “forma abrangente que os factos” imputados “foram todos demonstrados”.
Como atenuantes das penas, foi levado em conta a ausência de antecedentes de ambos e a idade do informático à data dos crimes.
O dinheiro angariado pelo informático seria para “alavancar” negócios de uma empresa que iria explorar ouro no Brasil. Mas os investidores nunca chegaram a ter qualquer retorno, perdendo tudo.
No julgamento, o informático assumiu existirem na acusação “factos que são verdade, mas dizerem que foi para prejudicar alguém é falso”. Colegas universitários em Aveiro e familiares surgem entre as pessoas lesadas. O arguido alegou desconhecer que o pretenso ‘negócio em ouro’ era esquema em ‘pirâmide’.
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Acusado de burlas alega desconhecer que negócio em ouro era esquema em “pirâmide”
» Os dois arguidos burlaram cerca de 40 pessoas, apropriando-se de quase 20 mil euros;
» Os factos ocorreram entre finais de 2013 e agosto de 2014;
» Os arguidos burlaram através de um esquema vulgarmente designado por “esquema de pirâmide”.
» Angariavam ‘clientes’, convencendo-os a fazer um investimento numa empresa em montantes geralmente compreendidos entre os 300 euros e os 1.000 euros.
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