Cada Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) que se apresenta assiste-se a uma corrida oficial a evidenciar os números, números de “operacionais”, que todos sabemos serem esmagadoramente bombeiros, de viaturas, sem referir a idade média dos próprios, e, por fim, de meios aéreos. Depois de estarem sublimados os números, à cautela, ouvimos dizer também que não há dispositivo suficiente para incêndios de maior complexidade.
Por António Manuel Marques Nunes *
Em que ficamos, será a questão que se nos oferece de imediato colocar perante tanto paradoxo verbal e organizacional.
Outra mensagem comum é, em função da canícula que começa a ameaçar, lembrar todos os cuidados a ter e impedimentos legais a cumprir em relação à floresta.
Afinal, há meios suficientes ou não? São os meios aéreos necessários e adequados ou as sobras da Europa? Relativamente às viaturas, será que o número apontado é o adequado e suficiente tendo em conta a sua idade média? Por fim, e mais importante ainda. Será que a formar de mobilizar e movimentar os meios humanos é a adequada?
Por diversas vezes, e sempre que vem a debate, a Liga dos Bombeiros Portugueses lembra e acentua que os números são importantes, mas não chegam. A questão está muito para além, no uso que se faz do que eles representam, ou seja, coordenação, coordenação, coordenação.
Assim como muitos problemas não se resolvem atirando simplesmente para cima deles dinheiro, o mesmo se passa com qualquer dispositivo operacional, no caso de combate aos incêndios florestais, ou seja, não basta atirar-lhe com números para cima.
Neste capítulo da coordenação tem total cabimento falar também do comando de bombeiros por bombeiros. Simples, não é? Pois é!!
* Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
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