Despromoção “não põe em causa o trabalho feito ao longo dos anos” – Hugo Coelho (presidente do BM)

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Hugo Coelho, presidente do Beira-Mar.

“É um dia triste para nós, estamos desolados, desapontados. Estamos a trilhar um caminho e este é um passo atrás”.

O presidente do Beira-Mar não escondia a tristeza, este sábado, após o jogo com o Valadares, com a despromoção consumada aos distritais.

“Cometemos erros, aprendemos com os erros. Iremos, certamente, utilizar essa aprendizagem no futuro. É um dia muito triste, mas não põe em causa todo o trabalho que foi feito ao longo dos anos”, ressalvou Hugo Coelho que, após um mandato de três anos, prolongado por força da pandemia, irá passar o testemunho, tudo indica, ao seu braço direito Afonso Mirada, presidente adjunto, que encabeça a única lista apresentada para as eleições de 24 de abril.

A direção em funções não esperou pela última jornada para avaliar o insucesso da época, que tinha à partida como objetivo chegar à 3ª Liga e acaba com uma inédita descida aos distritais por razões desportivas, mas mantém, para já, sob reserva as razões identificadas.

“Houve algumas coisas que correram mal, estão a ser analisadas internamente. Serão passadas para o futuro obviamente e vão servir de aprendizagem. São questões internas. Continuaremos a analisar. Desportivamente não atingimos os mínimos. Estamos tristes e desiludidos”, afirmou Hugo Coelho que irá passar a ocupar a presidência do Conselho Beiramarense, um orgão formado por sócios que serve de aconselhamento da direção.

O presidente deixou a garantia que tentou-se tudo o que estava ao alcance para ‘não cair ao abismo’, o que não foi possível. “Acho que tudo temos feito para não estar neste ponto hoje”, disse.

Discurso direto

“É preciso distinguir o resultado desportivo da estabilidade, hoje o clube está mais forte, mais estruturado. Todos sabemos o que está a ser construído, para ser preparar para o futuro. A próxima direção fará mais e melhor. ”

“Dei uma entrevista, tive o cuidado de dizer que esta equipa ia continuar, o projeto é maior que as pessoas. Nunca disse que iria recandidatar-me, apesar de ser interpretado como tal. Os sócios deram-me a honra de presidir durante quatro anos, Afonso Miranda vai fazer um trabalho melhor, tenho essa esperança e convicção. Nunca disse que seria eu a encabeçar”.

Áudio com declarações de Hugo Coelho

“Não me sinto nada arrependido” – Manuel Rodrigues (treinador)

No último jogo de uma época encurtada pelo afastamento dos lugares que dariam a disputa do apuramento para a 3º Liga, o treinador do Beira-Mar deixou uma nota positiva para o desempenho final da equipa, apesar de não ter sido possível evitar a despromoção.

“Infelizmente não dependíamos de nós. Tínhamos de fazer o nosso. Foi um excelente jogo, uma excelente atitude da nossa equipa. Perante uma equipa muito boa. Não garantimos a manutenção, que era o que mais queríamos. É preciso olhar para trás, perceber os erros cometidos e começar a pensar no futuro”, disse Manuel Rodrigues que substituiu Ricardo Sousa na ponta final da fase regular.

O técnico, que já tinha orientado os júniores aurinegros aquando da passagem pela primeira divisão nacional, não escondeu a frustração mas acredita que o Beira-Mar tem condições para regressar rapidamente a patamar superior. “Isto é complicado, chegámos a seis jogos do fim. Tivemos duas derrotas, frente ao primeiro e segundo. Ganhámos duas vezes e empatámos duas. Analisando, é uma injustiça tremenda. Da primeira jornada até entrarmos, infelizmente, também não se fizeram os pontos suficientes para com os nossos dar a manutenção. De certeza que o clube vai reerguer-se, é um clube fantástico, tem pessoas muito humildes a trabalhar imenso. Tenho a certeza absoluta que muito em breve vai regressar aos nacionais”, acrescentou.

Manuel Rodrigues entrou para ‘abanar’ com a equipa quando ainda seria possível chegar aos cinco primeiros e acabou por não conseguir a manutenção. Hoje faria o mesmo. “Não me sinto nada arrependido. É o meu clube de coração, que eu amo. Nunca recusaria vir treinar o Beira-Mar. O futebol é feito de riscos. Se analisar a prestação da equipa desde que chegámos só perdemos dois jogos, mas isso não é o mais importante. O mais importante é preparar forças para preparar atacar os campeonatos nacionais”.

A eventual continuidade em Aveiro, segundo o técnico, não foi analisada. Mas haverá conversas nos próximos tempos. “Não pensei ainda no meu futuro. O mais importante é ajudar o clube. Vamo-nos sentar com as pessoas e perceber o que é melhor para todos e depois, sim, tomar decisões”, concluiu.

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