Descontaminação de vala do complexo químico de Estarreja adjudicada por 6,3 milhões de euros

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Vala de S. Filipe, Estarreja.

O Agrupamento para a Regeneração Ambiental dos Solos de Estarreja – ERASE adjudicou por 6,350 milhões de euros a empreitada de ‘remediação ambiental de vala hidráulica na envolvente do Complexo Químico de Estarreja’. Um investimento comparticipado por fundos europeus em cerca de 5,6 milhões de euros

É a segunda fase do projeto de descontaminação do passivo ambiental a cargo do consórcio formado pela autarquia e empresas químicas locais iniciado com a construção do aterro onde em 2006 foram depositados mais de 300 mil metros cúbicos de resíduos industriais perigosos (cinzas de pirites e lamas de mercúrio) que estavam a céu aberto, num investimento de quase 7 milhões de euros.

Depois de vários anos de estudos, a ERASE irá avançar ‘no terreno’ agora com a remoção dos solos e sedimentos contaminados que foram lançados ao longo de cinco décadas, até aos anos 70 do século passado, pelas empresas químicas para a chamada vala de S. Filipe, que desagua no largo do Laranjo (Ria de Aveiro).

O caderno de encargos prevê a reposição nas zonas de remoção ou de aterro com solos sem contaminações após a contenção da vala e revestimento do fundo com pedra. Assim como o transporte a destino final dos materiais contaminados classificados como resíduos perigosos.

O prazo de execução da empreitada financiada por fundos europeus é de 150 dias.

Não foi a única vala hidráulica na envolvente do complexo químico, entre campos agrícolas pinhais, que serviu para despejar os efluentes industriais sem tratamento. As valas da Breja e Canedo permanecem sem qualquer vedação, apesar dos riscos dos materiais pesados existentes para a saúde pública.

Concentrações elevadas de arsénio e mercúrio

» O Complexo Químico de Estarreja é um dos mais importantes centros da indústria química portuguesa, tendo iniciado a sua exploração em 1952;

» Desde a entrada em funcionamento do sistema da SIMRIA, a maioria dos efluentes industriais passaram a ser tratados em Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e descarregados, através de exutores, no mar;

» Os principais riscos inerentes às condições de contaminação encontradas (concentrações elevadas de arsénio e mercúrio) estão associados a riscos para a saúde humana de utentes casuais desta zona e de poluição da água subterrânea;

» O projeto consiste na remoção dos solos contaminados e na sua deposição num novo aterro devidamente preparado e confinado numa zona sem vegetação, enquadrada por área florestal, na proximidade do aterro da empresa CIRES.

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