Os nómadas digitais têm crescido a cada ano, nomeadamente com as mudanças a nível global verificadas na troca do ambiente dos escritórios físicos pelo do trabalho remoto.
Observatório do Emprego da Universidade de Aveiro *
Assim, a rápida e crescente adoção de novas tecnologias, associada ao atual cenário mundial, contribuíram para a disseminação dos nómadas digitais. De acordo com dados de 2021 da Eurostat, em 2020, 12,3% das pessoas empregadas entre os 15 e os 64 anos na UE trabalhavam normalmente a partir de casa, com uma maior proporção de mulheres (13.2%) em relação aos homens (11.5%).
Estes profissionais trabalham sem localização física fixa, e são detentores de competências tecnológicas, o que lhes permite trabalhar e viajar para qualquer parte do mundo. Dessa forma, muitos nómadas conduzem os seus negócios noutros países em espaços de trabalho compartilhados, cafeterias ou bibliotecas.
Entretanto, para seguir esse estilo de vida é preciso adaptabilidade, tanto por parte das empresas empregadoras, como por parte dos profissionais. Nesse sentido, muitas empresas de tecnologia têm desenvolvido formas e ferramentas que permitam incentivar esse formato de trabalho e deixar os profissionais mais confortáveis trabalhando de forma remota, como por exemplo, o investimento em tecnologias relacionadas com cibersegurança.
Para além disso, alguns países têm, inclusive, criado formas de incentivar a fixação deste tipo de profissionais. Por exemplo, Barbados e Bermuda, que lançaram programas de visto de trabalho remoto para estes profissionais.
Com o objetivo de aferir quais os países oferecem melhores oportunidades para os nómadas digitais, foi realizada em 2021 uma pesquisa pela InsureMyTrip, considerando os seguintes critérios: acesso e velocidade à Internet, custos de aluguer de habitação, dificuldade de idioma, abertura para nómadas digitais, custo e acesso a um visto de trabalho e duração do visto de trabalho remoto. Os resultados desta pesquisa apontaram que Portugal ocupa a 4ª posição, em termos de melhores oportunidades.
Em conjunto com a Noruega e Grécia, Portugal não limita a permanência de um trabalhador com visto de trabalho remoto e permite uma estadia por tempo indeterminado, desde que cumpridos os requisitos mínimos necessários. Em fevereiro deste ano, foi aberta a primeira vila destinada aos nómadas digitais na Madeira, a Digital Nomads Madeira Islands, onde é todos os serviços necessários aos profissionais de forma de tornar sua estadia mais acessível. Assim, a criação da vila tem como objetivo atrair profissionais que desejem melhorar sua experiência de viagem de trabalho, incentivados pelas belezas naturais da região, além de promover a imagem e o turismo.
Para além disso, apresenta-se igualmente como uma nova oportunidade de negócio, uma vez que os profissionais estão a planear a sua vida para o cenário pós-pandemia e que desejam uma melhoria na qualidade de vida e a possibilidade de trabalhar em qualquer parte do mundo.
* Newsletter de junho de 2021 https://uaonline.ua.pt/upload/med/joua_m_7997.pdf
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