Carla Madureira, deputada do PSD eleita pelo círculo distrital de Aveiro, “reclama” uma resposta do Ministério da Cultura à candidatura ao Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial do “Cantar dos Reis”, com origem em Ovar.
Segundo uma nota de imprensa do grupo parlamental social democrata, em pergunta dirigida ao Governo, a eleita “sublinha a importância desta tradição, que vem sendo respeitada desde 1882”.
A Câmara Municipal, lembra Carla Madureira, lançou, em 2014 a ideia de candidatar o “Cantar dos Reis” em Ovar ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e, dois anos depois, o processo foi submetido, com o apoio do Instituto de Etnomusicologia da Universidade de Aveiro, responsável pela realização da investigação científica que suporta a candidatura.
“Volvidos seis anos, ainda não houve resposta por parte do Ministério da Cultura”, lamenta a deputada questionando “o motivo pelo qual ainda não existe uma decisão relativamente à candidatura submetida em 2016”.
O comunicado lembra que o “Cantar dos Reis em Ovar é uma prática performativa poético-musical realizada anualmente por grupos especializados, as Trupes, em espaços públicos e privados nos dias anteriores à festa dos Reis Magos (ou Epifania, celebrada a 6 de janeiro), em vários locais do concelho de Ovar, onde “sofreu ao longo do tempo um processo de codificação artística, social e performativa que a diferenciou” com “um recorte cultural próprio, único a nível nacional e internacional, com composições musicais e poéticas originais, sofisticadas, cuja performance exige solistas, um coro a várias vozes e acompanhamento instrumental.”
O Cantar dos Reis em Ovar é realizado ininterruptamente pelo menos desde 1882, envolvendo centenas de pessoas que participam das Trupes Reiseiras.
O repertório original apresentado pelas trupes consiste em três peças musicais designadas por Mensagem, Saudação e Despedida.