O Sindicato dos Estivadores e da Logística (SEAL) denunciou o recrutamento de mão de obra em Aveiro para substituir grevistas no Porto de Setúbal.
Uma primeira tentativa de convocar estivadores do Porto de Lisboa para os trabalhadores eventuais em luta ficou ‘eplo caminho depois da intervenção sindical.
“Os estivadores de Lisboa, fiéis aos seus princípios, recusaram trair a luta que outros estivadores estão a travar”, refere um comunicado do SEAL.
Não satisfeitas, as empresas do Porto de Setúbal terão procurado estivadores de Aveiro “para trabalharem ilegalmente durante três dias”, sendo “carregados” durante 300 quilómetros em cada sentido, com direito a dormida em cama estranha, a serem pagos por verba surpresa a informar atempadamente, vergonhosamente escoltados por forças de segurança, requerida superiormente.”
Com a eventual colocação de elementos estranhos ao porto, o SEAL adianta que “ocorrerá certamente a paragem de todos os trabalhadores filiados neste sindicato” e, consequentemente, o porto de Setúbal corre “o sério risco de parar totalmente”.
“Estes trabalhadores irresponsavelmente usados como carne para canhão, nada têm a ver com o porto de Setúbal, mas para este vão ser conduzidos com o intuito de potenciar conflitos entre trabalhadores para, assim, tentarem responsabilizar o SEAL por eventuais consequências de actos irresponsáveis, deliberadamente provocados pelos operadores portuários, em despudorado e notório conluio com a tutela do sector”, refere a nota de imprensa pedindo a intervenção do Ministério do Mar e Autoridade das Condições de Trabalho (ACT).
Para o SEAL, “este tipo de provocações, não abrem caminho algum para uma solução duradoura nos portos nacionais.”
Os trabalhadores em greve exigem retomar das negociações com os sindicatos para um acordo coletivo de trabalho que garanta os direitos de trabalhadores precários que chegam a trabalhar 30 e 40 turnos por mês. 90% dos trabalhadores do Porto de Setúbal são precários.