“Declaração de voto” / Covid-19: Medidas mais restritivas também ao nível local ?

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Edifício sede da Assembleia Municipal de Aveiro.
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“Declaração de voto” é um espaço de opinião semanal dos partidos representados na Assembleia Municipal de Aveiro.

  • O aumento dos casos de Covid-19 no concelho de Aveiro, que tem mais positivos no Baixo Vouga, e surge no mapa dos concelhos de risco elevado do País, deve ser acompanhado de medidas mais restritivas também ao nível local, mais respostas e acompanhamento ?

“A sinalização de Aveiro como concelho de risco, simultaneamente com 120 concelhos no País, determina desde logo a imposição de novas medidas mais restritivas. Pensadas como eficazes, numa lógica de menor impacto e máxima eficácia, impõem a responsabilidade individual de cada um, como fundamental, afigurando-se suficientes , por ora em termos locais, quando conjugadas com o Programa de Ação de Apoio à Atividade Social e Económica da Câmara de Aveiro atualmente em curso, ao qual foi afetado 5 milhões de euros de receitas próprias e que tem contemplado uma panóplia de medidas de cooperação com os serviços de saúde, as corporações de bombeiros, as IPSS, de medidas de apoio municipal às famílias carenciadas, às associações e aos cidadãos, de gestão de utilização do espaço público, de concessões, licenças e eventos, estabelecendo ainda a cooperação ativa com as Juntas de Freguesia, de que é exemplo o recente apoio financeiro às dez Juntas.
A necessidade de adoção de medidas mais restritivas em termos locais, resultará da analise da evolução da situação epidemiológica em Aveiro.
A situação pandémica realçou ainda a urgente necessidade de ampliação e renovação do CHBV” – Catarina Barreto (PSD).

“Aveiro aparece nos últimos dias como o concelho com mais casos de covid 19 do distrito: 330. Assim torna-se cada vez mais difícil o controlo dos infetados. Impõe-se, por isso mais acompanhamento a vários níveis.
Não cabe só ao cidadão comum tomar precauções há medidas que a autarquia deverá tomar para consciencializar os seus munícipes do perigo de contágio. Estas devem ser equilibradas e eficazes. Há que pensar também, por exemplo em horários desfasados de transportes. Outras medidas poder-se-ão prender com a redução de lotação nos estabelecimentos comerciais, entre outras. Não obstante a necessidade de se tomarem decisões para que se tente mitigar a propagação deste vírus; urge, igualmente, estar atento às necessidades daqueles que infetados se veem em dificuldades a vários níveis, quer a nível de rendimento, quer a nível de necessidade de isolamento. A ação social da autarquia deverá estar bem atenta a este problema oferecendo um leque de respostas e acompanhamento. Tempo atípico, medidas extraordinárias o trabalho em parceria com as entidades de saúde locais deverá ser uma realidade diária. Há que ser responsável e minimizar riscos.” – Sara Tavares (PS).

“A análise do número de casos de Covid-19 desde o início da pandemia enferma, na minha opinião, dois problemas:
– Não serem apresentados em função da população residente, impedindo assim uma correcta leitura dos mesmos;
– Não segregarem os surtos ocorridos em comunidades “fechadas”, como os lares, dos surtos na comunidade que mantém a sua actividade normal e circula diariamente nos espaços públicos.
Verifica-se que na área da Região de Aveiro é no nosso concelho que existe o número mais elevado de casos activos, o que não é surpresa visto que somos igualmente o concelho da região com mais população. Mas, ao ser feita a análise em função da população residente, passa a ser Sever do Vouga o concelho com mais casos activos.
Quanto ao segundo dos problemas apontados, Aveiro, na primeira vaga da pandemia, tal como Sever do Vouga neste momento, tiveram problemas sérios em lares, sem que esse facto tenha implicado um número anormal de casos na comunidade.
Neste momento há decisões governamentais que entrarão brevemente em vigor e que, na prática, nos voltam a impor um confinamento. Não há, neste momento, necessidade de haver em Aveiro e na região medidas mais restritivas do que aquelas que teremos de vir a cumprir.” – Jorge Greno (CDS).

“Para combater a pandemia precisamos também de responder aos determinantes sociais e económicos: problemas na habitação, transportes públicos, trabalho e pobreza.
Tem sido colocado o foco na responsabilidade individual. É de facto muito importante, mas têm existido lacunas no apoio social e nos serviços públicos que são necessárias resolver, mesmo depois das medidas anunciadas sábado.
Não é possível atribuir responsabilidade individual a quem vai trabalhar mesmo estando infetado por medo de perder o seu rendimento ou o emprego. Há quem não consiga fazer isolamento profilático em casa sem colocar em risco a família, ou que por esse motivo esteja no hospital. Faltam aqui respostas.
O aumento de casos em Aveiro é preocupante. Necessitamos de mais rastreadores de contactos, técnicos de saúde pública, pessoal clínico, técnicos e auxiliares no hospital de Aveiro e nos cuidados de saúde primários. Precisamos igualmente de aproveitar toda a capacidade instalada na saúde, nomeadamente através de requisição civil do sector privado como previsto na Lei de Bases da Saúde.” – Virgínia Matos (BE).

“O Governo PS, em articulação com os municípios, deveria ter preparado um plano de resposta preventiva a uma possível segunda vaga e aumentar a capacidade material e humana do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A transferência de competências na área da saúde e educação para as autarquias é o exemplo da desresponsabilização do Estado central. Em Aveiro, os centros de saúde encerraram, como os de Requeixo e Nariz, ou estão com os seus equipamentos a necessitar de obras e/ou reparação, num momento que é crucial as extensões de saúde na resposta ao diagnóstico, acompanhamento de saúde familiar e fornecimento de cuidados de saúde primários, ou seja, a casos não Covid, permitindo ao hospital central não ser sobrecarregado. O PCP alertou para esta situação na Assembleia Municipal, mas sem clara resposta por parte do executivo PSD/CDS.
A anunciada medida de encerramento das feiras e mercados é um autêntico atentado às famílias e comerciantes que vivem do seu trabalho e do que colhem da sua terra. As regras de segurança sanitária têm sido cumpridas nestes espaços, além da sua maioria serem ao ar livre. O PCP levará esta e outras questões à Assembleia da República. O PCP está atento e exorta a uma maior capacidade, carreiras e composições nos transportes públicos, como forma de garantir o estrito cumprimento das normas sanitárias.” – David Silva (PCP).

“Aveiro é um concelho com uma circulação muito relevante de pessoas e bens e com uma significativa dinâmica universitária. Manifestamos grande preocupação com o aumento de casos em Aveiro, sendo que o cumprimento das medidas restritivas anunciadas pelo Governo de Portugal, que consideramos suficientemente impactantes, têm de ser implementadas com bastante rigor. As forças de segurança, onde se inclui a Polícia Municipal, devem estar na linha da frente no que concerne à sensibilização da população. O presidente da Câmara, apoiado na autoridade de saúde local, deve analisar os riscos associados aos encerramentos mais tardios e proceder preventivamente, com a fixação de novos horários e lotações adaptadas ao momento. Deve reforçar os mecanismos de resposta urgente relativamente às famílias mais carenciadas e às pessoas em situação de sem abrigo, a que a pandemia sujeitou à rua. Estes casos requerem medidas excepcionais, ajustadas ao contexto atípico em que vivemos, sem que estejam sujeitas a uma prudência tecnocrata, que não se coaduna com as reais necessidades das pessoas. A acção do Executivo Municipal deve fazer-se sentir em todas as freguesias do concelho e não apenas nas freguesias urbanas.” – Rui Alvarenga (PAN).

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