Culturista assume violência doméstica que levou companheira a fugir de casa

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Tribunal de Aveiro.

Um culturista confessou no Tribunal de Aveiro, esta segunda-feira, parcialmente, as acusações de maus tratos de que foi vítima a ex-companheira ao longo do relacionamento de quatro anos, alegadamente motivados “por ciúmes”.

O derradeiro episódio violento ocorreu em junho do ano passado, durante uma discussão. A mulher foi agredida pelo companheiro com um pau e atingida pelo cabo de um martelo arremessado na sua direção. No dia seguinte, fugiu da residência, num concelho da região, levou o filho de ambos, de dois anos, e pediu ajuda, tendo sido acolhida numa ‘casa abrigo’.

“Tínhamos uma relação tóxica desde o início, ela é extremamente insegura e somos os dois ciumentos, havia um controlo imenso de ambas as partes. Eu devia ter virado as costas e não o fiz”, referiu o arguido no início do julgamento, admitindo que “quando se pegavam os dois” tenham ocorrido agressões verbais e físicas.

A acusação imputa-lhe a autoria de socos, bofetadas, pontapés, puxões de cabelo e arremesso de objetos. “Era mais empurrões, mais palavras, mas também houve isso. Provavelmente, causou as nódoas negras que se fala. Quando ela não me queria deixar sair, tinha de usar a força”, assumiu.

Do episódio da última discussão, em junho de 2019, “numa altura em que descobriu que a companheira andava com outros e se prostituía”, alegou que também foi vítima de tentativa de agressão. “Era arremessou-me o martelo e mandei para trás”, explicou.

“Eu estava com uma enorme depressão devido às substâncias que tomava para moldar o corpo, fui ao tapete e fiquei com mazelas para a vida”, declarou ainda o indivíduo que responde por crimes de violência doméstica, fotografias ilícitas, perturbação da vida privada e coação (na forma tentada).

Das acusações imputadas, o arguido negou que tenha perseguido e aterrorizado a vítima com mensagens, fazendo-a recear pela vida, assim como ameaças de partilhar nas redes sociais imagens íntimas para forçar a reaproximação. “Eu sempre tive a esperança que isto se resolvesse a bem”, garantiu.

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