Covid-19 e a urgente necessidade de ensinar a distância

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Universidade de Aveiro.

O ensino a distância é uma possibilidade que está longe de ser desconhecida ou ter permanecido inexplorada. Mas o facto de sermos chamados a adotá-lo generalizadamente e de imediato torna a tarefa particularmente complexa.

Paulo Jorge Ferreira

Vivemos tempos marcados por uma pandemia de dimensão histórica. Para seguir com as nossas vidas, temos de nos adaptar – explorando novas soluções e caminhos.

O desafio chegou também às instituições de ensino superior. Em defesa da saúde pública e por determinação das autoridades de saúde, as universidades e politécnicos mantêm a atividade apesar da suspensão das atividades presenciais, recorrendo ao teletrabalho e ensino a distância.

A aprendizagem presencial, com contacto humano próximo, não é possível por agora. O ensino a distância é uma possibilidade que está longe de ser desconhecida ou ter permanecido inexplorada. Mas o facto de sermos chamados a adotá-lo generalizadamente e de imediato torna a tarefa particularmente complexa.

Há componentes do processo ensino-aprendizagem que implicam atividade presencial. Nas restantes, a abordagem a distância requer ajustamentos estruturais, que seriam sempre difíceis de introduzir, mas que nas presentes circunstâncias são ainda mais. Temos de pensar nos recursos, nas novas competências, na adaptação dos conteúdos às ferramentas e às práticas digitais, num novo modelo pedagógico, em novas formas de avaliação – investindo na inclusão digital de todos.

As instituições de ensino superior responderam ao repto. Na Universidade de Aveiro, aprovámos o indispensável quadro regulamentar, criámos mecanismos de apoio aos docentes e aos estudantes, assegurámos apoio técnico-científico para todos, criámos contactos para dar resposta às dúvidas, organizámos sessões de formação, disponibilizámos informação sobre as várias ferramentas de ensino a distância e lançámos uma comunidade de partilha de práticas, aberta a todos os docentes do país. A resposta de docentes e estudantes tem sido extraordinária.

Estas mudanças exigem muito de todos – de quem trabalha, ensina ou aprende. O novo vírus trouxe-nos um desafio e uma oportunidade: a de usar a experiência que estamos a acumular para futuramente enriquecer e complementar o processo de ensino e aprendizagem. Nada será como antes.

Vale a pena considerar.

Paulo Jorge Ferreira, Reitor da Universidade de Aveiro.

* Reitor da Universidade de Aveiro (texto publiciado no site www.ua.pt).

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