Covid-19: Diversões itinerantes já esperavam cancelamento da Feira de Março

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Feira de Março, Aveiro.

O inédito cancelamento da Feira de Março por parte da Câmara de Aveiro, no âmbito das medidas de contenção do surto Covid-19, é um rude golpe para o sector das diversões itinerantes, que, habitualmente, inicia em Aveiro a época alta de eventos populares.

“O impacto, neste momento, no setor é incalculável e tremendamente assustador”, disse ao NotíciasdeAveiro.pt Francisco Bernardo, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED).

Ainda assim, o cancelamento da Feira de Março, que deveria abrir portas a 25 de março, prolongando-se durante um mês, “acaba por não surpreender, uma vez que o mesmo tem acontecido com outros eventos”, agravando os encargos inerentes com a atividade por falta de receitas.

“Infelizmente não seria de esperar outro tipo de atitude por parte da organização da Feira de Março, para tentarmos, todos, cumprir as recomendações de saúde. O impacto neste momento no setor é incalculável e tremendamente assustador. O setor encontra-se totalmente estagnado, sem previsão real de iniciar atividade”, adiantou Francisco Bernardo.

A APED pediu o agendamento de uma reunião com a Aveiro Expo (empresa municipal) “para discutir e em conjunto encontrar soluções favoráveis a todas as partes.”

O “elevado risco pela concentração de milhares de pessoas de muitas proveniências” no certame motivou a decisão municipal, que será seguida da devolução a todas as empresas os valores já pagos pela sua participação.

Para além da Feira de Março 2020, já foram cancelados outros eventos importantes para o setor, como feiras em Santarém (Festas de São José), Póvoa do Lanhoso (Festas de São José), Rio Maior (Tasquinhas), Entroncamento (Feira de Abril), Estremoz, Feira do Vinho de Melgaço, entre outras.

Discurso direto

“Esta é uma atividade sazonal, em que o período de carência de pagamentos em que temos assumidos terminaria por esta altura. Os itinerantes dependem desta época para subsistirem no resto do ano. Neste momento, já comunicamos essa mesma situação ao ministro da economia. Caso esta situação permaneça, serão muitas as empresas a não ter capacidade de subsistir, devido aos seus compromissos económicos e fiscais, pelo que, tememos pelo bem estar de todos os homens e mulheres do nosso setor. É duro, mas não há outra forma de dizer isto. Vamos parar, pensar e apelar à ajuda do Estado central, de forma a minimizar os enormes prejuízos que nos esperam, sabendo que neste momento não está nas nossas mãos qualquer tipo de decisão.” – Francisco Bernardo, presidente da APED.

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