As funcionárias de uma empresa a quem a Câmara de Águeda adjudicou a limpeza de edifícios municipais voltaram a queixar-se na última Assembleia Municipal, pedindo que o contrato seja denunciado.
Em causa, atrasos “constantes” no pagamento de salários e subsídios, bem como falta de condições de trabalho, nomeadamente escassez de produtos, o que estará degradar a qualidade do serviço.
Segundo a porta voz do grupo de cerca de duas dezenas de funcionárias, a empresa, que tem sede em Leiria, “alega incumprimento da Câmara” para justificar as dificuldades, que remontam praticamente ao início do contrato.
Oito funcionárias, incluindo uma encarregada, “despediram-se” devido aos problemas salariais.
A adjudicação do serviço foi feita em maio passado, após concurso público internacional, por cerca de 480 mil euros, com duração de três anos.
As funcionárias queixam-se de serem tratadas “com arrogância e má educação” depois de terem tentado resolvido os problemas “pelos meios legais”, tendo apelado à Câmara para “denunciar o contrato”.
Jorge Almeida, presidente da Câmara, garantiu que o assunto está a ser seguido “com grande preocupação”, admitindo que a empresa “não tem vindo a cumprir”.
Ainda assim, a administração, em recente reunião, terá assegurado que não existem pagamentos salariais em atraso.
“A nossa tolerância é completamente zero. As situações estão a ser questionadas. Estamos à espera de relatórios sobre a forma como a limpeza é feita para defender os interesses da Câmara e os vossos”, afirmou o edil em resposta às funcionárias, a quem pediu compreensão “pela delicadeza” do processo que, não sendo acautelado devidamente, pode tirar razão ao município e obrigar a indemnizar a empresa prestadora do serviço.