Contestatários da cave no Rossio não convencem Ribau Esteves

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Debate público sobre o projeto do Rossio, Aveiro.
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Não parece ser pelo elevar do tom das vozes críticas, em uníssono, que Ribau Esteves ‘abrirá mão’ do estacionamento em cave, o elemento que tem sido mais contestado no projeto de transformar o Rossio em praça ajardinada, que está entregue ao gabinete de arquitetura ARX.

O autarca manteve-se, mais uma vez, irredutível, sem deixar fraquejar a opção, apesar do coro de contestação com argumentos já conhecidos, e bem sublinhados nas conclusões finais do segundo debate público organizado conjuntamente, esta terça-feira à noite, pela Associação Comercial de Aveiro, Ciclaveiro, Corda, Juntos Pelo Rossio e Plataforma Cidades, lotando, novamente, o auditório da Escola Profissional de Aveiro.

“Sabia bem ao que vinha, não trouxe claque, nem queria como é evidente”, começou por dizer nos cinco minutos de intervenção após um período de questões – que também motivaram esclarecimentos do arquiteto Nuno Mateus, coordenador do projeto –, e antes de ser interrompido por vários presentes desagradados com o comentário, obrigando a mesa a acalmar a assistência.

“Os insultos que me foram dirigidos vão ficar na sala, vou continuar a trabalhar com tranquilidade. O meu sorriso faz parte da minha personalidade, estou bem com a vida e, em regra, o meu rosto tem um sorriso. Não temos de gostar uns dos outros, mas apenas de nos respeitar uns aos outros”, pediu o edil, que foi acusado de reagir “com sarcasmo” quando se ouviam críticas mais duras.

Ribau Esteves proclamou as cinco funções do parque de estacionamento “que no fundo é a questão, embora saiba que discordam todos”. Desde logo, a cave com 263 lugares irá cumprir a função de estacionar automóveis “para que não os tenhamos à superfície”, especialmente ilegalmente. “Nós temos um problema. Precisamos de estacionar naquele sítio e não os queremos onde são sítios para pessoas, espaços verdes, para os jardins infantis”, defendeu.

Depois irá albergar uma nova estação elevatória de esgotos, um renovado sistema de recolha de águas pluviais, uma bateria sanitária de “grande dimensão” para servir a zona na cave e o centro de interpretação das ruínas da antiga igreja de São João e das “outras histórias do Rossio, que já teve muitas facetas”.

“É nesta lógica desta área da cidade que precisamos de distribuir bolsas de estacionamento, de pequena dimensão”, referiu, lembrando que estudos feitos em 2013 apontavam para quatro estacionamentos, nomeadamente na avenida, no hospital e no Rossio, aqui com uma capacidade superior à prevista. “É um sítio, como outros da cidade, em que precisamos de ter estacionamento de proximidade para servir comércio, restauração, os bares, a oferta de hotelaria sem estacionamento”, explicou.

Ribau Esteves mostrou “disponibilidade em fazer bem”, afastando as referências “a interesses obscuros”, como se apontou da plateia. “Sou um homem livre e independente de interesses, é assim que vivo por minha opção, é apenas com a lógica de fazer bem e olhar para as soluções para a nossa cidade e município”, concluiu.

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