“Confesso tudo, mas em momento algum usei violência ou apontei a arma. Isso é mentira, fiz os assaltos por esticão. Peço para ser condenado de forma justa, pelo que fiz e não pelo que não fiz”. Ressalvas expressas por um homem de 37 anos anos ao assumir, no Tribunal de Aveiro, a autoria de quatro roubos que lhe são imputados, bem como a detenção de arma proibida e tentativa de burla (levantamento de dinheiro em ATM com cartão multibanco furtado).
Os assaltos ocorreram na cidade de Esmoriz, concelho de Ovar em junho de 2022. O arguido, jardineiro, que à data dos factos era ‘sem abrigo’, encontra-se em prisão preventiva desde julho do ano passado, quando foi detido pela GNR fora de flagrante.
O homem atuava sozinho e tinha como ‘alvos’ mulheres idosas ou em situação vulnerável. Além de objetos furtados, a Guarda apreendeu na altura um revólver de alarme e uma navalha. O processo tem ainda mais dois arguidos, donos de lojas de ourivesaria, acusados de receptação (compraram dois fios em ouros furtados).
“Fiz isto para sobreviver”, justificou o assaltante confesso, adiantando que estava pela zona Espinho “a viver na rua”.
Segundo a acusação, o arguido surpreendia as mulheres, sem hesitar em as agredir para conseguir tirar à força fios de ouro e malas de senhora, onde procurava dinheiro ou cartões multibanco (num caso chegou a tentar o levantamento em ATM por ter encontrado um apontamento com o código mas a dona já tinha pedido para cancelar o cartão).
Um dos roubos foi levado a cabo depois de tocar a campainha de um casa e a proprietária ter aparecido à porta. Reparando que a mulher tinha um cordão de ouro, puxou-lhe o cabelo para arrancar a ‘volta’, que vendeu por 210 euros, valor considerando substancialmente inferior ao preço real.
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