Três homens começaram a ser julgados, esta manhã de segunda-feira, no Tribunal de Aveiro, por crimes relacionados com a partilha ilegal de serviços de televisão por cabo (método de cardsharing).
O ‘esquema’ em causa funcionou até ser desmantelado pela Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro numa investigação que remonta a 2016.
Os arguidos, residentes nos concelhos de Anadia e Águeda, são um serralheiro mecânico, um técnico de informática e um reparador de eletrodomésticos, que respondem por burla informática, bem como acesso ilegítimo e detenção e venda de equipamentos ilícitos.
De acordo com a acusação, os servidores instalados forneciam serviço, na altura em que foram detetados, a cerca de uma centena de clientes.
O serralheiro mecânico confessou que tinha sua residência, em Sangalhos, Anadia, tais equipamentos, pela instalação dos quais pagava uma quantia a outro arguido, técnico de informático proprietário de uma loja do ramo, mas garantiu que a partilha era feita “na maior parte por amigos”, sem cobrar valores.
“Era uma brincadeira”, insistiu o arguido, negando intuito de obter lucro no fornecimento de canais de acesso pago a preços mais baixos do que no mercado. Aconteciam, ainda assim, pagamentos “em almoços”, por exemplo. “Sabia que era um ato ilícito”, ressalvou, embora esclarecendo que a lista de pretensos clientes tem referencias repetidas, sendo inferior ao que contabiliza a acusação.
» De acordo com o Ministério Público, os arguidos cobravam um valor mensal, em regra de cinco euros, pelo acesso não autorizado pelas operadoras a serviços de programas de televisão de sinal protegido, ou a quantia de 75 euros anuais, no caso de canais desportivos pagos;
» Os arguidos facultavam, ainda, a aquisição de recetores “power boxes” aptos a receber através do sistema criado conteúdos de sinal protegido de TV a preços que variavam entre 80 e 230 euros.
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