As concelhias do PS de Ílhavo e Aveiro criticam que tenham sido celebrado um protocolo entre as Câmaras sem discussão prévia nos respetivos executivos.
O protocolo de cooperação entre Aveiro e Ílhavo “não pode resultar em mão cheia de nada”. Apelo deixado por um comunicado conjunto das concelhias do PS dos dois municípios vizinhos na sequência de uma proposta de entendimento, em várias matérias, anunciada recentemente pelos presidentes das respetivas Câmaras Municipais.
As estruturas locais socialistas lideradas por Sérgio Lopes (Ílhavo) e Manuel Oliveira de Sousa (Aveiro) manifestam “desagrado pelo modo como surge este pomposo convénio sem que para isso tenha havido lugar ao necessário debate político entre as maiorias e oposições nos respetivos órgãos autárquicos, sem que ninguém conheça aquele documento.”
Os dirigentes do PS, ambos vereadores, ressalvam, ainda assim que “a manifestação de intenções veiculada pelos presidente de Câmara é um sinal positivo no sentido de articular as políticas seguidas pelos dois municípios”. Uma “postura”, de resto, “há muito defendida pelas concelhias de Aveiro e de Ílhavo”.
Os socialistas ilhavenses e aveirenses promoveram em 2018 uma Convenção Autárquica conjunta “para ponderar políticas autárquicas que deem respostas aos problemas comuns entre estes dois municípios e potenciem as interdependências que os concelhos apresentam, ao nível social, territorial e económico”.
As concelhias entendiam ser necessário dar “especial enfoque às matérias relacionadas com o ordenamento do território, a mobilidade e transportes, o turismo e cultura, e a Ria de Aveiro.”
O PS diz que ainda tem a expectativa que estas áreas, que consideram “centrais na articulação institucional entre os dois municípios, animem as políticas conjuntas.”
Para as estruturas subscritores da tomada de posição “não deixa, no entanto, de ser estranho que o móbil desta manifestação de intenções veiculada pelos presidentes de Câmara seja a realização de uma prova desportiva, ao invés do devido planeamento integrado destes territórios e da intervenção ao serviço da sua coesão social, educativa, económica, cultural, amplamente debatido ao nível político e técnico, tendo em conta a vizinhança e interligações singulares entre Aveiro e Ílhavo”.
Por isso, o PS considera que “se a articulação institucional for conduzida à boleia de iniciativas pontuais e casuísticas, sem o necessário planeamento estratégico, o protocolo de cooperação anunciado, mas que ninguém conhece, corre sérios riscos de resultar numa mão cheia de nada, em prejuízo da melhoria da qualidade de vidas dos aveirenses e ilhavenses”.
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