Comunicação é a aposta do sector da Cortiça ao Covid-19

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A liderança de Portugal no sector da cortiça colocou-nos e coloca-nos a responsabilidade de manter as cadeias de fornecimento à escala global. Foi isso que fizemos e continuaremos a fazer em prol de garantia da nossa liderança mundial e as necessidades dos nossos clientes, com quem não podemos falhar.

Por João Rui Ferreira *

Enquanto sociedade, fomos confrontados, nos últimos meses, com um desafio até há pouco tempo inimaginável e que atinge de forma global e transversal todos os países e cidadãos.

Enquanto agentes económicos de um sector organizado e com um historial de longa data, não há também, nas últimas longas décadas, memória de um momento com estes contornos e dimensão.

Todos estamos envolvidos e todos fomos e seremos no futuro chamados a intervir na solução, face a um problema invisível, mas que actua de modo subtil… e ao qual o sector da cortiça respondeu de forma resiliente, com um enorme sentido de responsabilidade e determinação.

Orgulhamo-nos, por isso, de ao longo destes meses termos mantido a actividade das nossas empresas, sendo de homenagear todos os empresários e os nossos trabalhadores pelo sentido de responsabilidade e determinação.

A liderança de Portugal no sector da cortiça colocou-nos e coloca-nos a responsabilidade de manter as cadeias de fornecimento à escala global. Foi isso que fizemos e continuaremos a fazer em prol de garantia da nossa liderança mundial e as necessidades dos nossos clientes, com quem não podemos falhar.

No sentido de avaliar a situação e tomar a cargo as medidas em conformidade, a Direcção da APCOR assumiu a gestão em permanência da situação e o impacto no sector. Reforçamos os serviços de comunicação da associação, com a criação de um canal permanente de informação sobre assuntos relacionados com a epidemia e medidas de apoio às empresas. Através de inquéritos, temos conseguido aferir a situação junto das empresas e a tomar medidas em conformidade e, ainda, estabelecer contactos necessários com diversas entidades, sendo de realçar os contactos em permanência com o Governo.

Todos temos consciência que a indústria da cortiça não está imune e enfrenta um desafio sem precedentes, sendo que as suas consequências serão marcantes em cada um de nós e das nossas empresas. Somos uma fileira implantada na bacia ocidental do mediterrâneo, com especial posição de Portugal enquanto líder claro na transformação e criação de produtos em cortiça, mas temos uma presença global no mundo.

Enquanto fileira, a cortiça terá um papel importante, na recuperação económica, coesão social e territorial e desenvolvimento sustentável do nosso país, mantendo a rota da neutralidade carbónica e ser exemplo da economia circular. Não abdicaremos desse papel e seremos um parceiro neste caminho para o crescimento de Portugal.

Temos essa missão, criar valor mantendo e melhorando um ecossistema numa fase da nossa vida, mas que o herdamos de gerações passadas e será prolongado por muitas gerações futuras. É uma grande responsabilidade, mas é, também, o momento de voltarmos a apelar ao nosso espírito empreendedor e criativo, continuar o percurso de inovação e desenvolvimento que já estava a ser traçado. Melhorar processos e produtos e aliar a qualificação humana, tudo suportado num desenho e programa de intervenção florestal que permita criar mais ambição no futuro.

Estamos próximos de voltar a interagir com os mercados com o novo projecto de promoção global. Fazendo parte da nossa natureza sectorial, estar nos mercados de forma intensa, junto de clientes e consumidores, será possível lançar uma nova campanha de comunicação que, esperamos, possa dar uma resposta, tão breve quanto possível e adaptada, a esta nova realidade.

Esta nova campanha surge na sequência dos projectos que a associação tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos 20 anos e que têm permitido gerar notoriedade a este produto português. O objetivo é posicionar a cortiça como um material de referência nas suas diversas aplicações, mediante uma actividade forte de comunicação nos principais destinos de exportação da indústria.

Apesar do histórico de comunicação e do trabalho ter sido desenvolvido ao longo do tempo com alguma regularidade, algo que pauta a acção da APCOR é que cada campanha é uma nova oportunidade de comunicar a cortiça. Não se trata de um projecto apenas para repetir o que já foi feito, mas para aproveitar a experiência e melhorar o que correu bem, e, acima de tudo, abrir novos mundos para a cortiça, comunicá-la de uma forma inovadora, mas, ao mesmo tempo, consistente. Será, por isso, um novo projecto, numa fase verdadeiramente desafiante para o mundo, mas no qual a cortiça, pelas suas características, poderá ter um papel ainda mais relevante.”

João Rui Ferreira, presidente da APCOR.

* Presidente da APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça. Artigo incluído na newsletter do programa Compete 2020.

 

 

 

 

 

 

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