Como transformar o Ensino Superior europeu

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Universidade de Aveiro.
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Em 2017, a Comissão Europeia lançou um importante repto às instituições de Ensino Superior (IES) europeias: criar alianças transnacionais com uma proposta inovadora comum para as áreas da educação, investigação e inovação que produzissem contributos relevantes para a renovação do espaço do Ensino Superior europeu até 2025.

Por Paulo Jorge Ferreira *

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A iniciativa “Universidades Europeias” nasceu com este objetivo, o de criar um espaço europeu de educação verdadeiramente integrado, onde estudantes pudessem circular livremente entre instituições, países e disciplinas. Uma Universidade Europeia seria um laboratório transnacional de inovação voltado para o futuro do Ensino Superior europeu, capaz de testar novos modelos de cooperação entre as IES e parceiros externos, com impacto direto nas regiões, e apto a desenvolver novas soluções de formação, mais flexível, focada em métodos de ensino e investigação centrados em desafios societais e no cruzamento e partilha de saberes.

O desafio foi bem aceite pelo setor do Ensino Superior europeu. Na primeira fase de candidaturas lançada pela Comissão Europeia, em 2019, foram aprovadas 24 alianças, entre as quais a do Consórcio ECIU, da qual faz parte a Universidade de Aveiro (UA). O número de universidades europeias e a dimensão de cada uma têm sido progressivamente alargados, através de outras chamadas ou mediante adesão de novas instituições aos consórcios existentes. A última chamada, concluída em junho, aprovou mais 14, elevando o número de universidades europeias para 64.

No seu conjunto estas universidades envolvem a participação de mais de 560 IES de 35 estados-membros da União Europeia e de um conjunto de outros países, entre os quais a Islândia, a Noruega e a Turquia. Entre elas, encontramos propostas muito diferentes: algumas estão focadas em áreas específicas (ex: saúde, engenharia…), outras estão voltadas para a inovação no ensino e na aprendizagem, ao nível da formação ao longo da vida (ex: Consórcio ECIU).

A principal questão que se coloca neste momento é o que se pode extrair destas alianças para o futuro do Ensino Superior na Europa.

No passado, foi constituída a Rede Europeia de Instituições Inovadoras de Ensino Superior (ENIHEI), composta por 37 universidades (incluindo a UA) de 23 países, para apresentar recomendações para promover uma cultura de inovação, criatividade e empreendedorismo.

Em junho deste ano, foi criada a FOR-EU4ALL, a primeira comunidade de prática a nascer no seio das 64 universidades europeias. Este fórum transnacional prevê a realização de trabalho conjunto e em colaboração entre todos os consórcios para promover a inovação e a partilha das melhores práticas no Ensino Superior. Será coordenado pela Universidade Europeia ECIU, uma das primeiras alianças aprovadas em 2019 e da qual faz parte a UA.

Esta nova rede de colaboração com 560 IES constitui mais uma oportunidade para transformar o Ensino Superior europeu, com impacto direto na afirmação da Europa como líder global da educação, investigação e inovação.

Vale a pena pensar nisso.

* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado no site UA.pt.

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