Como comunicar a sustentabilidade ambiental? A resposta não é simples!

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Foto de André Oliveira.

Quando se fala em sustentabilidade ambiental muitos são aqueles que refletem sobre as suas ações conscientes em prol do ambiente, mas será que essas ações são suficientes para deixarmos um impacto positivo no ambiente? E as ações que inconscientemente levamos a cabo e têm um impacto negativo no Planeta? Será que todos temos consciência de quais são?

Por Teresa Juncal Pires e Inês Pereira *

Infelizmente, de dia para dia, o nosso Planeta está a degradar-se… Problemas ambientais estão a aumentar a um ritmo sem precedentes e é cada vez mais difícil comunicar de forma a que TODOS percebam os reais problemas que viremos a enfrentar se a mudança não for URGENTE, EFETIVA e COLETIVA.

Para reverter as graves problemáticas ambientais é preciso que todos – cidadãos, empresas e instituições ganhem consciência do seu papel enquanto agentes ativos de mudança e é aqui que entra a educação e a comunicação ambiental. Um desafio constante que tem de ser balançado como uma prioridade, uma vez que o futuro do planeta depende disso mesmo.

Apesar de todos os esforços que têm vindo a ser feitos, um pouco por todo o mundo, SENSIBILIZAR é uma das tarefas mais difíceis.

PENSAR CIRCULAR É URGENTE

Antes de tudo, é fundamental que todos percebam porque é que ser sustentável é tão importante. É, desta forma, essencial analisar todas as ações passadas e perceber a mudança que todos podem e querem implementar. Examinar o posicionamento atual torna-se também um componente importante.

A credibilidade é um fator crucial e é a palavra de ordem para se ter uma comunicação ambiental bem-sucedida. Ter ações e iniciativas diferenciadoras, com base em impactos positivos é fundamental e comunicá-las de forma certeira permitirá gerar valor. Para as empresas, a sustentabilidade deve ser integrada e alinhada de forma transversal em toda a sua estratégia, pois só garantindo a sustentabilidade nos seus três pilares base – económico, social e ambiental – podemos gerar valor duradouro. Trata-se de um investimento a médio/longo prazo e tanto mais sentido fará quanto todos os intervenientes no processo estiverem alinhados com este posicionamento – gestores da empresa, colaboradores, fornecedores e consumidores.

Os consumidores estão mais cientes e preocupados com a sustentabilidade do planeta e estão a tornar-se exigentes em relação aos produtos que compram. Desta forma, as empresas têm de se saber posicionar e encontrar formas de comunicar as medidas ambientais que implementam. Todos devem ganhar consciência de que o mundo está a mudar e, consequentemente, a opinião pública, pelo que no momento de decisão de compra pesam, cada vez mais, os valores da sustentabilidade ambiental, principalmente entre as novas gerações de consumidores. Há, nos dias de hoje, uma crítica gigantesca na hora de comprar um produto, pois a decisão final está alinhada com preocupações individuais sobre o uso dos recursos do planeta.

É urgente aprender a PENSAR CIRCULAR, mudando um paradigma social que ainda, nalgumas franjas da sociedade, vai apresentado alguma resistência na mudança. Só desta forma, teremos a capacidade de gerar novos recursos, de gerar valor e criar competitividade e, acima de tudo, tentar garantir que as gerações futuras ainda vão ter um Planeta para viver.

EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO AMBIENTAL COMO FATORES COMPETITIVOS

E agora a pergunta que se impõe “Como comunicar a sustentabilidade ambiental?” Na verdade, a resposta pode não ser assim tão simples como aparentemente se pode equacionar.

Em primeiro lugar, é necessário que na sua génese exista uma preocupação e um posicionamento verdadeiros face às problemáticas ambientais. Depois, é necessário perceber como esse ADN deve ser estruturado do ponto de visto prático de implementação e avançar com a definição de uma estratégia de comunicação ambiental que contribua para afirmar esse posicionamento. Demonstrar como a organização se comporta quando deparada com questões ecológicas é um fator de diferenciação e de competitividade.

A definição desta estratégia depende muito de marca para marca. Não há uma fórmula. É necessário auditar, questionar, desafiar e refletir. As ferramentas e os canais de comunicação definidos dependerão de diversos fatores.

Depois da estratégia definida, é necessário elaborar um Plano de Ação exequível e mensurável. É essencial medir todo o impacto da sua comunicação para perceber se efetivamente está a gerar os resultados pretendidos. Um fator chave para a tornar mais eficiente e aumentar ainda mais a eficácia. Esse instrumento criará valor e possibilitará um diferencial estratégico.

Porém, devemos olhar para esta temática de uma forma mais alargada. Do pré-escolar ao mercado de trabalho, cada um na sua medida, todos podemos fazer a diferença. Por isso, as problemáticas ambientais devem, ainda, ser incutidas nos mais novos, através de programas de educação ambiental sérios e estruturados e adaptados a cada ciclo de ensino. Que os sensibilizem para as problemáticas de forma simples para que entendam verdadeiramente o que está em causa e como as suas ações também fazem a diferença. Eles são o futuro e a chave para a participação ativa da sociedade a médio/longo prazo.

* Departamento de Comunicação e Educação Ambiental da Essência – Comunicação Completa. Artigo publicado originalmente no site Essenciadoambiente.pt.

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