Como a crise do Covid-19 impactou os influenciadores digitais

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Imagem Lisbon Marketing School.
Natalim3

#Fiqueemcasa tornou-se numa hashtag que reuniu milhões de pessoas de todos os pontos do globo no ambiente digital. Mais do que uma recomendação das autoridades de saúde devido à pandemia da Covid-19, passou a ser um mantra que ligou emissores e recetores de conteúdo à escala global – uma palavra-chave para entrar num novo mundo do entretenimento digital.

A pandemia global da Covid-19 transformou o dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo. No nosso léxico do quotidiano passámos a usar palavras como “coronavírus”, “quarentena”, “confinamento” e “teletrabalho”. Mas também “live”, “vídeos”, “IGTV” e “DIY”. Com tantas notícias sobre a evolução da doença na televisão, o público foi levado a consumir conteúdos diferentes.

Assim, e de forma orgânica, o palco das redes sociais valorizou-se imenso e os seus protagonistas – os influenciadores digitais – também. Marcas e gestores passaram a olhar para estes de forma diferente, como um novo canal de comunicação com um potencial tremendo. Para suportar a teoria nada como os números da prática: estudos referem que os likes diários cresceram 76% nos posts e 22% nas impressões de campanha ao longo da pandemia.

Ser influenciador digital não é tarefa fácil. Requer criatividade, organização e muita capacidade de trabalho. Criar conteúdos diferenciados que criem engagement com uma audiência com a qual se deve interagir tornou-se num repto ainda mais difícil no contexto da pandemia da Covid-19. Até porque, lembremos, esta trouxe alguma responsabilidade aos influenciadores digitais. Muitos deles foram verdadeiros agentes de saúde pública, transmitindo informações essenciais ao seu público. Dois cases em Portugal, em escalas diferentes, foram o humorista Bruno Nogueira (@corpodormente) e Rui Duarte Catana (@ruiduartecatana) modelo e criador de conteúdos português no segmento lifestyle e fitness.

O caso de Bruno Nogueira é por demais conhecido. Definido por especialistas como “verdadeiro fenómeno cultural”, é um case study para o futuro do digital, em geral, e das redes sociais em particular.

“Como é que o Bicho Mexe?”, o nome do programa do artista exibido em direto ao longo das noites dos últimos meses no Instagram, contou com várias conversas e momentos musicais. O último “episódio” teve 175 mil views em tempo real. Neste participaram o seu wingman Nuno Markl (@nunomarkl, Nuno Lopes (@nunolopes), Cristiano Ronaldo (@cristiano), Bruno Fernandes (@brunofernandes.10), Salvador Sobral (@salvadorsobral.music), Jéssica Athayde (@jessica_athayde) e Albano Jerónimo (@albanojeronimooficial), entre tantos outros. Bruno Nogueira foi também recebido na rua por centenas de pessoas aquando do passeio que deu no último episódio de “Como é que o Bicho Mexe?”.

Bruno Nogueira tem agora 600 mil seguidores, mas os números do seu live só podem ser comparados aos do rapper Tekashi 6ix9ine – que teve 2 milhões de visualizações no direto quando saiu da prisão – ou quando Drake foi convidado de Tory Lanez para uma audiência de 300 mil pessoas. A diferença é que Dranke tem 3 milhões de seguidores. Um artista português fez história, sem dúvida.

Um caso interessante a partir do qual também podemos aferir o sucesso dos influenciadores digitais nos últimos meses é o do modelo Rui Duarte Catana. Para além de manter o moral dos seus seguidores em alta com vários posts motivacionais, a conta @ruiduartecatana funcionou como agregador de uma comunidade interessada em fitness. Ao longo deste período, a conta de Instagram de Rui Duarte Catana – @ruiduartecatana – teve um acréscimo de 4% a nível de seguidores e uma taxa de engagement de 3,56%. O rácio likes / comentários, por seu turno, situou-se nos 8.8.

Ao longo deste período Rui Duarte Catana (@ruiduartecatana) fez várias campanhas com resultados francamente positivos. A conta @ruiduartecatana foi um verdadeiro ponto de encontro.

As empresas têm olhado com particular interesse para casos como os de Rui Duarte Catana e Bruno Nogueira, entre outros, porque estes podem estabelecer-se como canal de comunicação privilegiado entre as marcas e os consumidores. Uma das formas é através do patrocínio de conteúdos.

O patrocínio de conteúdos já existia nos media “antigos”, mas a verdade é que o potencial na era digital acaba por ser muito maior. Por exemplo, um conteúdo (do influenciador) patrocinado (pela marca) pode chegar rapidamente ao target que esta pretende alcançar, através de tags para a conta da marca ou mesmo links diretos para o e-commerce. Estamos, assim, a falar de leads ou até mesmo conversões. Como referiu John Munsuell, “se o conteúdo é rei, a conversão é a rainha”. O caminho está aberto.

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