Comissão Europeia premeia consórcio liderado pela UA para projeto de biotecnologia

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Biotecnologia.

A Universidade de Aveiro surge entre os promotores de trabalhos de investigação recentemente premiados pelo Conselho Europeu de Inovação (EIC).

Quatro projetos nacionais aparecem nos 38 que foram distinguidos no quadro do programa Horizonte 2020, sob a responsabilidade do Comissário Carlos Moedas.

O projeto ‘NeuroStimSpinal’ foi contemplado com uma verba de 3,5 milhões de euros e o objetivo é procurar soluções para as lesões da espinal medula.

A equipa envolve investigadores de áreas que vão desde a engenharia de materiais, biomecânica, engenharia eletrónica, biologia, neurocirurgia, entre outras.

Sobre coordenação do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA) da UA, o projeto tem como parceiros, além de duas empresas portuguesas (Graphemest e Stemmatters) entidades estrangeiras. São elas a Tecnalia (Fundacion Tecnalia Research & Innovatio), a Universidad Complutense de Madrid (ambos de Espanha), a Stichting Katholieke Universiteit, da Holanda, e a Foundation for Research and Technology Hellas, da Grécia.

A Comissão Europeia apoia os 38 projetos de investigação premiados com 124 milhões de euros para desenvolvimento de “tecnologias emergentes e de futuro”.

São sete os beneficiários portugueses inseridos nestes quatro projetos vencedores: o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e a FCIENCIAS.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências, pelo projeto ChipAI; a Biofabics, pela investigação no FishAI; a Universidade de Aveiro, a Graphemest e a Stemmatters, Biotecnologia e Medicina Regenerativa, pelo trabalho no NeuroStimSpinal; e, por último, o Instituto de Medicina Molecular, pelo projeto Noviruses2brain.

Na primeira ronda de financiamento, foram recebidas 375 propostas e atribuido financiamento a 236 beneficiários de 23 países europeus.

Entre 2018 e 2020, o piloto do EIC vai disponibilizar 2,7 mil milhões de euros para inovações disruptivas criadoras de novos mercados.

Os apoios destinam-se a cientistas de topo, investigadores, inovadores, empreendedores e pequenas empresas. O próximo prazo para candidaturas termina a 24 de janeiro de 2019.

“Biomateriais nanoestruturados para reparação da espinal medula”

“Este projeto tem por objetivo contribuir para o avanço do conhecimento de terapias que envolvem a utilização de biomateriais nanoestruturados para reparação da espinal medula.
Considerando a capacidade de regeneração muito limitada do sistema nervoso central, a nossa proposta apresenta um conceito inovador que envolve o desenvolvimento de um tecido tridimensional com uma estrutura fibrosa e porosa próximas da morfologia da medula nativa usando para isso técnicas de microfabricação. Os materiais a usar irão combinar uma matriz biopolimérica descelularizada (retirada da camada adiposa humana, rica em proteínas) com grafeno. Pretende-se recriar o microambiente tridimensional da espinal medula combinando características elétricas, químicas, mecânicas e topográficas capazes de preservar a sobrevivência e melhorar a diferenciação de células progenitoras. Serão realizados testes in vitro e in vivo (em ratos e coelhos).
O progresso neste sentido contribuirá para uma melhor compreensão dos principais fatores que controlam a reparação dos tecidos danificados e, consequentemente, dar um passo em frente para novas abordagens terapêuticas com vista à recuperação da medula espinhal, uma patologia que afeta milhões de pessoas em todo o mundo” – Investigadora Paula Marques, UA.