Homem nega intenção de matar deficiente atirado a um poço rural

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Tribunal de Aveiro.
Natalim3

O homem acusado do homicídio de um jovem portador de deficiência mental, em Pardilhó, Estarrreja, em abril do ano passado, prestou declarações no arranque do julgamento, esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro. O depoimento inicial decorreu com exclusão de publicidade a pedido da defesa.

O falecido, que tinha 26 anos, terá sido agredido violentamente e atirado para um poço agrícola de oito metros de profundidade, de onde foi retirado cadáver alguns dias depois.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o homem de 35 anos, na altura trabalhador da construção civil, terá cometido o crime após uma alegada abordagem de cariz sexual por parte da vítima.

Os dois indivíduos estiveram juntos depois de terem marcado um encontro através das redes sociais.

Atendendo as factos em causa, a defesa requereu a exclusão de publicidade da audiência, por forma a salvaguardar aspetos da vida íntima e a exposição pública do arguido. O tribunal acabou por dar provimento parcial ao requerimento, determinando que as declarações fossem prestadas à porta fechada, mas apenas no que toca ao depoimento inicial.

Queda acidental sem intenção de matar, alegou arguido

O arguido, que está acusado de homicídio qualificado e furto, tinha em casa o telemóvel e bicicleta do falecido.

Nas declarações prestadas ao tribunal, segundo apurámos, admitiu que empurrou a vítima após, alegadamente, ter sido apalpado. Na sequência disso, relatou, o rapaz residente em Válega, Ovar, tropeçou e caiu ao poço. O arguido afastou que tivesse reagido atuado com a intenção de matar, o que aconteceu, segundo alegou, de forma acidental.

Factos apontados na acusação deduzida pelo MP

» Arguido e vítima mantiveram relação de amizade nas redes sociais;

» A 6 de abril à noite encontraram-se na Ribeira do Mourão, em Avanca, Estarreja, de onde seguiram de bicicleta com destino a um café no centro de Pardilhó;

» A meio da viagem, a vítima terá parado num terreno para urinar e abordou sexualmente o arguido “tocando-lhe na perna”;

» O arguido reagiu com agressões (murros na face, pescoço e tórax), atirou o rapaz para o interior do poço e abandonou-o à sua sorte;

» A GNR foi alertada para o desaparecimento do jovem. A 10 de abril, por indicação do arguido, que teria assumido o crime a amigos, o cadáver foi resgatado. Afogamento foi apontado como causa de morte.

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