Cidadãos de Ovar mereciam mais

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Paços de Concelho de Ovar.

Continuamos a ser confrontados com novas revelações chocantes por parte da comunicação social. Isso reforça a urgência de uma investigação imparcial e completa para que a verdade prevaleça.

Por Márcia Valinho *

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Iniciei a minha intervenção por uma retrospetiva da ultima reunião de Câmara ocorrida em 07-03-2024, onde fiz questão de abordar um tema que tem gerado grande preocupação: as várias notícias divulgadas pela comunicação social sobre alegadas práticas de corrupção envolvendo o presidente da Câmara Municipal de Ovar. Estas denúncias, têm gerado um clima de inquietação e desconfiança. Diante dessa situação, propus a realização de uma auditoria externa aos serviços municipais visados nas acusações, com o objetivo de esclarecer quaisquer irregularidades e restaurar a confiança dos cidadãos na gestão desta instituição.

No entanto, é lamentável que esta proposta tenha sido recusada pelo executivo do PSD. Em vez de abordar a questão de forma séria e transparente, optaram por desviar o foco para a possibilidade da retórica negativa e difamatória que frequentemente acompanham as campanhas eleitorais. Alegaram também que as acusações eram infundadas e provenientes somente de um único jornal nacional.

Agora, no dia 21-03-2024, mesmo após as eleições de 10 de março, continuamos a ser confrontados com novas revelações chocantes por parte da comunicação social. Isso reforça a urgência de uma investigação imparcial e completa para que a verdade prevaleça. É essencial responsabilizar os envolvidos e garantir que a justiça seja feita, independentemente das implicações políticas.

Enquanto vereadora da Câmara Municipal de Ovar, considero crucial voltar a salientar que não me identifico com este clima de suspeição que paira sobre esta instituição. Sou uma pessoa de princípios e valores e não desejo ser associada a quaisquer insinuações de corrupção. As práticas criminosas devem ser julgadas nos tribunais, e não através de rumores ou acusações.

No entanto, se a câmara não tem nada a temer, como afirmou o executivo do PSD, deveria acolher e até mesmo facilitar a realização de uma auditoria externa. Afinal, como diz o ditado, “quem não deve, não teme”. A transparência e a integridade devem ser os pilares da gestão pública, e permitir uma investigação imparcial é fundamental para restaurar a confiança dos cidadãos e dissipar quaisquer dúvidas sobre a conduta dos colaboradores da câmara e de todo o executivo camarário.

Infelizmente, e mais uma vez o meu pedido foi rejeitado com a justificação de que as acusações carecem de fundamento e que estas questões devem ser tratadas apenas e somente nos tribunais!

Os cidadãos de Ovar mereciam mais, mereciam uma gestão transparente e ética, livre de corrupção e manipulação.

Não esqueçamos de que a verdade é a única base sobre a qual podemos construir uma sociedade justa e íntegra.

* Vereadora independente em regime de não permanência da Câmara de Ovar.

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