Mesmo com contingência, ou em emergência, se nunca houve machado que cortasse a raiz ao pensamento, não há isolamento que trave a criatividade e a voz em todas as praças e avenidas do novo mundo digital: viva Abril!
Por Manuel Oliveira de Sousa *
Fazemo-lo pelas pessoas, por todas as pessoas! Porque Abril não é um costume ou um ritual!
Abril é memória agradecida em presente renovado.
Renovamos na memória todos e todas os que não tinham direito a nada, para além de trabalhar de sol-a-sol,
por um pouco de pão;
e os desalojados, migrados, esquecidos, pobres, maltratados, desempregados, perseguidos, analfabetos,… e emigrados , até, “a salto”!
Pensamos nos que estavam esquecidos à educação, ao conhecimento, à cultura, ao desenvolvimento;
recordamos quem não tinha saúde, nem serviços de saúde, a que recorrer;
e procuravam médico que aceitasse ter o pagamento dos seus serviços em géneros.
E a falta de cuidados básicos de saúde pública, de saneamento,… até de sanidade!?
Lembramos quem, para saber a vida dos seus, no ultramar ou do seu país, tinha um rádio escondido para durante a noite, em lugares recônditos,
poder ouvir o mundo, através da BBC;
e tantos outros momentos, movimentos, sofrimentos,… pessoas:
na luta pelas igualdades, por salário justos, férias, direitos,…
E tantas bizarrias de “bufos”, “debaixo de telha” , “entregas a quem de direito”, “o vinho, alimento de um milhão de portugueses”, ou …”o respeitinho é muito lindo”!
Tudo o que chamamos e vivemos como “liberdade” pode não ser o expoente máximo da criação, porque exige, entre outras, a responsabilidade partilhada e a solidariedade;
mas a opressão, a arbitrariedade sem quartel, os poucos que comem tudo, entre outras realidades,… são abomináveis!
Mesmo com contingência, ou em emergência, se nunca houve machado que cortasse a raiz ao pensamento, não há isolamento que trave a criatividade e a voz em todas as praças e avenidas do novo mundo digital: viva Abril!
E temos de continuar Abril…
Pelos mais jovens, pelos que lutaram e lutam pela dignidade da pessoa, pela justiça e equidade, pelo desenvolvimento sustentável, pelo direito a ter vez e voz na construção da casa comum!
E temos de continuar Abril porque – se fosse necessária outra razão?! – basta lembrar o que aqui foi esquecido!
Saudações,
* Presidente do PS concelhio de Aveiro, vereador na Câmara de Aveiro.