O Beira-Mar venceu esta tarde o Clube Desportivo de Estarreja (CDE) por 2-1, depois de operar em sete minutos da segunda parte a reviravolta, o que sucedeu pela segunda vez em jogos do principal campeonato distrital. Disputada a 14ª jornada, os aurinegros continuam confortáveis na liderança com 37 pontos (mais seis que Bustelo) e menos um jogo.
Os ‘canarinhos’ exibiram-se a muito bom nível, sobretudo na primeira parte, em que a defesa esteve impecável, confirmado os créditos desta época, e o ataque teve plena eficácia, mercê do golo inaugural apontado ao quarto de hora, na única oportunidade flagrante dos visitantes até ao intervalo.
Marcão atrapalhou-se no alívio após canto da direita, parecendo usar o braço para desviar a bola que fica à mercê de Tyler. O ponta de lança ‘chamou-lhe um figo’, rematando para o fundo da baliza entre um emaranhado de pernas.
Com um onze onde o médio Alex foi a novidade, relegando Aparício para o banco, os locais passaram muito tempo à procura de ‘fio de jogo’. O lance em que o lateral direito André Nogueira abre os braços deixou patente a falta de soluções. Só à passagem da meia hora surgiu perigo. Ricardo Gomes, de livre direto, fez o primeiro aviso.
Mesmo com alguns desacertos defensivos, o Beira-Mar arrancou para o seu melhor período enquanto não chegou o intervalo, com cruzamentos em série. Bruno, num cabeceamento quase dividido com Mathieu, levou a bola a sair junto à trave. Pouco depois, seria Mathieu a repetir ‘a dose’. O guarda-redes Tomás evitaria o pior por mais duas vezes nesta fase.
Flecha desperdiçou o 0-2
Adivinhava-se o empate. Cajó trocou o central Lobo pelo médio Aparício a procurar mais rendimento ofensivo. Mas os adeptos aveirenses gelaram aos 52 minutos quando Flecha, desmarcado por Tyler, que ganhara o lance ao lento Marcão, rematou para a bancada, com Maringá fora da baliza… O segundo golo dos estarrejenses poderia ter dado uma história bem diferente ao jogo.
O Beira-Mar teve mesmo de fazer ‘das tripas coração’. André Nogueira, após uma abertura ‘teleguiada’ de Diego, desferiu um remate junto ao poste que merecia melhor sorte. A entrada de Rodrigo, passando a alargar a frente atacante, era o ‘tudo por tudo’.
A primeira falha defensiva do Estarreja resultaria no empate, aos 75 minutos. Diego Tavares, imperial, subiu mais alto, após um livre apontado para a área por Artur, e cabeceou sem oposição.
Pouco depois, Bruno e Rodrigo atrapalharam-se em boa posição de marcar, deixando escapar a oferta de Alex, com um cruzamento perfeito.
A expulsão de Fazenda, com vermelho direto exbido pela árbitra internacional Sandra Bastos, por ‘carga’ sobre Ricardo Gomes, tornou ainda mais difícil a tarefa dos visitantes.
Na fase mais empolgante do jogo, Tomás justificava o título de melhor do CDE quando fez mais uma defesa apertada, com os pés, adiando o segundo golo a Rodrigo. O brasileiro voltaria à carga num cabeceamento ‘mortífero’ a cruzamento de Alex, com a bola a ser devolvida, aparecendo, então, Aparício a dar ‘o golpe’ final que valeu mais três pontos e a 11ª vitória consecutiva.
Tomás, com uma grande defesa, impediu Artur de marcar o terceiro golo de livre direto. E mesmo ao ‘cair do pano’, seria Maringá a defender, com alguma dificuldade, um remate de Machadinho.
Declarações
“Prevíamos encontrar estas dificuldades. Na primeira parte, estávamos com muitas dificuldades na construção. E sempre que isso acontece temos mais dificuldade em ter qualidade de jogo. Foi um jogo de muita luta, muita entrega. O relvado estava algo difícil, nesta altura é normal. Nem sempre foi bem jogado da nossa parte nem da outra. Sabíamos que não podíamos ter nenhuma desatenção e o golo acaba por ser de um segundo ressalto beneficiou o Estarreja, que já trazia uma estratégia muito fechada na saída para o contra ataque, tentou retardar o ritmo de jogo. Mas a entrega e a alma da nossa equipa é muito grande e mais uma vez deu uma prova porque está na liderança.
O golo sofrido foi uma má abordagem, dois ressaltos, numa carambola. O que é facto é que somos a melhor defesa, sofremos menos golos que todas as outras equipas, claro que temos espaço sempre para melhorar.
Na segunda parte corremos mais riscos para tentar dar a volta ao resultado, fomos felizes e acabámos a ganhar.
É bom estar em primeiro, mas temos consciência que vai ser cada vez mais difícil jogar, para os adversários é sempre um desafio muito interessante derrotar o Beira-Mar, todas têm esse objetivo. Vamos fazer tudo para isso não acontecer e continuarmos a ganhar” – Cajó, treinador do Beira-Mar.
“De realçar, antes de mais, o excelente jogo praticado aqui em Aveiro, duas equipas que procuraram ganhar o jogo. Um jogo desta qualidade, nesta divisão, provavelmente não irá repetir-se muitas vezes. Estivemos na frente durante grande parte do jogo, conseguimos a espaços pressionar. O Beira-Mar está habituado a enfrentar adversários que baixam as linhas, nós tentámos não fazê-lo nos primeiros 45 minutos, aguentámos o jogo interior do Beira-Mar. Estávamos avisados para o tipo de lances que deu a igualdade, mas não fomos competentes. O Beira-Mar acaba por ser feliz no segundo. O resultado mais justo seria o empate – Magno Grave, treinador do Estarreja.
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