Carros elétricos: um acelerador a favor da segurança rodoviária

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Automóveis elétricos.

O Dia Europeu da Segurança Rodoviária pode ser visto como um momento de reflexão sobre como podemos tornar as nossas estradas mais seguras. Com a União Europeia a traçar metas ambiciosas de redução de fatalidades até 2030, na procura por zero mortes nas estradas até ao ano 2050, é evidente que devemos explorar todas as opções disponíveis para alcançarmos esses objetivos. É aqui que a transição para a mobilidade elétrica e para os veículos elétricos (VEs) pode emergir como uma solução promissora, não apenas numa ótica de redução da poluição e dependência de combustíveis fósseis, mas também para melhorar significativamente a segurança rodoviária.

Por Daniela Simões *

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Uma das vantagens mais marcantes dos VEs em comparação com os veículos a combustão está intrinsecamente ligada à sua tecnologia de propulsão. A necessidade de gerir eficientemente a energia armazenada nas baterias dos VEs incentiva um controlo mais preciso da velocidade, o que leva os condutores a adotarem um comportamento mais moderado e responsável. Esta abordagem mais cautelosa na estrada, resulta numa condução mais segura e previsível, bem como num declínio tangível no risco de acidentes rodoviários.

Além disso, os VEs estão a liderar o caminho no que diz respeito à integração de sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS). Desde os sistemas de travagem automática de emergência até a deteção de ponto cego, entre outros, tratam-se de recursos que se tornam cada vez mais comuns nos modelos de carros elétricos. É uma tecnologia que não aumenta apenas a conscientização sobre a situação atual do condutor, mas também intervém proativamente para evitar acidentes nas estradas e mitigar os riscos. Com os atuais sistemas tão sofisticados que já existem, os condutores de VEs (e restantes passageiros) desfrutam de uma camada de segurança adicional.

Outro aspeto relevante a ser considerado é o risco de incêndio. Os VEs não apresentam os líquidos inflamáveis tradicionalmente encontrados nos veículos a combustão. Sem gasolina ou diesel, o potencial de incêndio é significativamente mais reduzido. Além disso, as baterias dos VEs são projetadas com camadas adicionais de proteção, minimizando ainda mais qualquer risco em caso de colisão. Trata-se de uma segurança adicional que não protege apenas os ocupantes do veículo, mas também contribui para a segurança geral das estradas, reduzindo obviamente o risco de incêndios em acidentes graves.

É importante reconhecermos que, embora os VEs ofereçam vantagens significativas em termos de segurança rodoviária, ainda há espaço para melhorias independentemente do tipo de veículo usado. Práticas de condução defensiva, aplicação rigorosa das leis de trânsito e investimentos contínuos em infraestrutura são componentes essenciais de qualquer estratégia abrangente de segurança rodoviária. No entanto, a transição para a mobilidade elétrica representa um passo fundamental nessa jornada, oferecendo não apenas os benefícios ambientais que são tão amplamente debatidos, mas também vantagens inegáveis em termos de segurança.

Portugal, como muitos outros países da União Europeia, enfrenta desafios significativos no processo de criação de estradas mais seguras. Com taxas de mortalidade que ultrapassam a média da UE, é imperativo todos nós adotarmos uma abordagem proativa e multifacetada para enfrentar este grande desafio. A transição para veículos elétricos poderá contribuir significativamente para alcançar esse objetivo, ao oferecer uma oportunidade única de melhorar a segurança rodoviária enquanto avançamos em direção a um futuro mais sustentável para todos nós e para as gerações seguintes.

* CEO e co-fundadora da miio. Artigo publicado originalmente no site Greensavers.

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