Captar e reter talentos – um desafio central para o setor do turismo

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Canal central, Aveiro.

Nos últimos anos temos assistido a grandes alterações no mercado de trabalho motivadas pelas visões das novas gerações em relação à vida profissional – a procura pelo Work-Life Balance, a Felicidade e a Qualidade de Vida no Trabalho. Assim, todas as organizações, no geral, e na área do Turismo, em particular, têm-se debatido com uma problemática – como captar e reter talentos?

Por Bárbara Sousa *

Não é novidade nenhuma que o setor do Turismo e da Hotelaria, é um dos setores mais exigentes para os trabalhadores – os horários, a sazonalidade do setor, os salários, a natureza do trabalho (o “trabalho emocional”), entre outros – são fatores que têm conduzido, desde sempre, a taxas de rotatividade extraordinariamente altas. Acresce a esta cenário que já coloca em desvantagem o setor, as caraterísticas das novas gerações de trabalhadores – a procura pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, a necessidades de flexibilidade de horários, a preferência pelo trabalho remoto e a expectativa de benefícios extrassalariais, destacam-se entre as principais exigências colocadas aos empregadores.

A verdade é que estamos perante um novo paradigma do mercado de trabalho que se deve repercutir na gestão de pessoas – já não são só os trabalhadores que procuram as empresas, mas também as empresas se devem tornar atrativas para os trabalhadores. Podemos falar aqui do crescente investimento em estratégias de Emlpoyer Branding, a que as empresas do setor do Turismo devem procurar aderir. Este Employer Branding tem de se alicerçar em políticas sólidas de atração e retenção de talentos – só assim, os hotéis, os restaurantes, as agências de viagens, os operadores turísticos, as empresas de animação turística, organização e gestão de eventos e outras empresas da área, serão capazes de fazer face à falta de mão de obra e à rotatividade de pessoal.

As políticas de atração e retenção de talentos a adotar passam por dar resposta às inquietações dos trabalhadores e proporcionar as condições de trabalho que as novas gerações procuram. É urgente a modernização das culturas organizacionais através da utilização de novas metodologias de recrutamento, do foco na gestão e progressão de carreira, na adaptação dos modelos de avaliação e gestão de desempenho, na implementação de planos de formação e qualificação e de políticas de benefícios. A par destes processos core da gestão de pessoas, importa investir em novas políticas relacionadas com a Qualidade de Vida e Felicidade no Trabalho: as grandes empresas internacionais contam com Happiness Managers para promover o bem-estar e satisfação dos trabalhadores no local de trabalho. De facto, o bem-estar no trabalho tornou-se um aspeto cada vez mais fulcral e fator de retenção de talento.

As alterações do mercado de trabalho, as prioridades das novas gerações e o contexto específico do setor do Turismo, colocam grandes desafios à atração e retenção de talento. A resposta para estes desafios é simples mas a execução é complexa: as empresas têm de se tornar locais onde os trabalhadores são felizes.

* Professora Assistente convidada no ISAG – European Business School. Artigo publicado originalmente em Publituris.

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