Caminho de Santiago do Centro de Portugal certificado

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Caminho de Santiago.
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O itinerário do Caminho Português de Santiago Central que atravessa a região Centro de Portugal “reúne todas as condições de qualidade para os peregrinos”. O Governo publicou hoje, em Diário da República, a certificação troço que foi proposta pela Turismo Centro de Portugal e pelos municípios abrangidos.

A portaria emitida em conjunto pelo Ministério da Economia e Mar e pelo Ministério da Cultura certifica o itinerário que tem 191,6 km e atravessa 12 municípios da região: de sul para norte, Vila Nova da Barquinha, Tomar, Ferreira do Zêzere, Alvaiázere, Ansião, Penela, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Mealhada, Anadia, Águeda e Albergaria-a-Velha. O ‘Caminho Central’continua depois para norte, até terminar em Santiago de Compostela.

A certificação, como lembra o Turismo Centro de Portugal em comunicado, “obriga a obedecer a um conjunto de requisitos, nomeadamente a fundamentação do uso consistente do itinerário de peregrinação, comprovado por fontes históricas, vestígios materiais ou tradição documentalmente registada. Outros critérios exigíveis são a disponibilização de equipamentos de apoio aos peregrinos, incluindo locais para dormir, locais para preparar ou servir refeições e tomar banho, desejavelmente a cada 20 quilómetros, bem como pontos de descanso com sombra, dotados de água potável, desejavelmente a cada 10 quilómetros.”

De acordo com o parecer da Comissão de Certificação do Caminho de Santiago, o itinerário da Região Centro “apresenta condições de segurança, transitabilidade, equipamentos de apoio e informação adequados aos peregrinos.”

Albergaria fundada em 1172 pela rainha D. Teresa na rota dos peregrinos

A fundamentação parte da rede viária romana e medieval, apoiada em estudos históricos credíveis e vestígios arqueológicos. “De especial relevância foram fontes históricas relacionadas com as peregrinações jacobeias, nomeadamente relatos de viagens entre 1495 e 1669, que permitem conhecer, nalguns casos com bastante pormenor, os pontos de passagem ou paragem dos narradores”, nota o Turismo Centro de Portugal.

O itinerário é também apoiado na carta militar viária de 1808, que representa uma rede viária ainda muito baseada nos traçados medievais. A certificação identifica ainda fontes imateriais que sustentam a antiguidade do itinerário, com destaque para a albergaria fundada em 1172 pela rainha D. Teresa, que dá o nome à atual Albergaria-a-Velha e que pode ter sido precedida por uma albergaria (mansione) romana.

Em alguns troços, os itinerários antigos foram absorvidos por estradas modernas e contemporâneas (estradas nacionais e mesmo autoestradas), situações em que são propostos traçados alternativos nas proximidades.

Discurso direto

Cada vez mais peregrinos utilizam o Caminho Português de Santiago, que foi o segundo mais usado no último Jubileu. Esse aumento é notório nos itinerários que atravessam o Centro de Portugal: entre 2011 e 2019, duplicou o número de pessoas que fazem o Caminho Central, que passaram de 183 mil para cerca de 350 mil. É um caminho para todos, uma vez que 40% das pessoas que fazem o Caminho de Santiago têm motivação religiosa e 49% têm motivação cultural ou outra. A certificação agora publicada em Diário da República é o reconhecimento oficial de que esta rota reúne todas as condições para ser realizada com qualidade pelos peregrinos. Estes Caminhos têm duas vias, ascendente e descendente. Queremos que, a longo prazo, cada vez mais peregrinos façam o percurso inverso, descendo da Galiza até ao Centro de Portugal, o que permitirá reforçar ainda mais as estreitas ligações entre esta região e o mercado turístico espanhol”– Pedro Machado, presidente do TCP.

Inscrição do Caminho Português como Património Mundial da UNESCO

A certificação é mais um passo importante na inscrição dos Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago de Compostela como Património Mundial da UNESCO, conforme foi proposto por Portugal em 2016. Para que tal classificação seja concedida, é necessária a certificação dos caminhos. A proposta de certificação do Caminho Português de Santiago Central – Região Centro foi apresentada em finais de 2020, numa iniciativa que resultou de uma parceria entre a Turismo Centro de Portugal e os 12 municípios abrangidos, em concertação com a Federação Portuguesa do Caminho de Santiago. O objetivo é dinamizar o Turismo Religioso na região Centro de Portugal, nomeadamente no que diz respeito aos Caminhos de Santiago.

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