A Câmara de Aveiro tem uma palavra a dizer no futuro do imóvel do Colégio de Santa Joana, no centro da cidade, após cessar funções de ensino por força da insolvência da cooperativa gestora, pedida por antigos colaboradores que reclamam dívidas.
Um “episódio negativo” que marcou o início ano letivo, lamentou o presidente da edilidade ao intervir na reunião pública do executivo que teve lugar esta tarde na EB 2,3 de São Bernardo.
A autarquia, por entender que se justificava uma oferta de ensino privado, ainda chegou a colaborar no esforço da direção agora demissionária na tentativa de alienar o edifício e arrendá-lo para gerar receitas que permitissem a viabilização da cooperativa, que sofreu um duro golpe com o fim de contratos de associação.
O terreno do colégio foi vendido à cooperativa pela Câmara, em 1985, por cerca de 179.560 euros à moeda atual. Ficaram por receber cerca de 50 mil, garantidos por ações de cooperante.
A mudança de uso ou extinção, segundo o contrato celebrado ao tempo, implicaria a reversão da propriedade. “Cuidaremos de acompanhar e gerir a salvaguarda do edifício”, adiantou o autarca.
A Câmara chegou a perspetivar a reativação da uma escola primária em Vilar para acolher alguns dos 32 alunos do Colégio que tiveram de procurar alternativa, mas não foi necessário.
Nova EB1 de São Bernardo pronta até ao Natal
A nova Escola Básica (EB) 1 de São Bernardo, que está a ser construída na EB 2,3, deverá ficar concluída até ao final do ano, confirmou o presidente da Câmara.
Fernando Delgado, presidente do Agrupamento de Escolas José Estevão, já tinha avançado com o prazo ao dar as boas vindas. “Apesar dos contratempos, contamos ter um final feliz como prenda de Natal”, disse.
O executivo camarário teve oportunidade de visitar os trabalhos, que representam um investimento de cerca de 700 mil euros, antes da sessão pública.
“Existiram dificuldades do empreiteiro, foi mais demorado do que previsto. Mas de junho para cá, ele agarrou a obra, que está perto do fim Ao mesmo tempo, decorrem os arranjos exteriores. Até ao final do ano ficará pronta, é uma obra com excelente qualidade”, referiu Ribau Esteves.
A autarquia continua a aguarda apoio estatal para lançar mão a trabalhos há muito reclamados para requalificar a EB2,3 de São Bernardo, que “tem problemas graves”. Seguiram já relatórios para o Governo. “A seguir à Homem Cristo, é a escola com problemas mais graves. Vamos continuar a trabalhar com o Ministério da Educação para tornar-se prioridade e fazer o que aconteceu na João Afonso”, adiantou o presidente.
O executivo camarário deliberou na reunião de hoje dar luz verde ao arranjo urbanístico em redor da EB 2,3. Depois do projeto, segue-se a abertura do concurso com valor base de 457 mil euros para executar em 150 dias. O vereador do PS, Manuel Oliveira Sousa, pediu alguma atenção ao trânsito, com a reformulação de sentidos para ultrapassar conflitos atuais junto do estabelecimento sentido.
Quanto à EB1 de Verdemilho, “também segue” a obra de requalificação que obrigou a recorrer a instalações provisórios. “Correu muito bem, a empreitada está em curso e deve terminar entre o final e o inicio do próximo ano letivo”, adiantou o autarca.
Ainda sobre escolas, a Câmara recebeu o ‘visto’ tácito do Tribunal de Contas para a obra do acesso ao centro escolar de Verdemilho, junto ao supermercado Lidl. Decorreram também intervenções de melhoramentos dos telheiros na na EB de Santiago.
A Câmara vai iniciar ainda a instalação de impressoras fotocopiadores nas 37 escolas do primeiro ciclo e jardim infância, um investimento de 74 mil euros.
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