O Beira-Mar poderá festejar já este domingo, na receção ao vizinho Alba, o regresso aos ‘nacionais’, depois da implosão da SAD, no final de 2014-2015, que ditou a despromoção da segunda liga à segunda divisão distrital de Aveiro, o escalão mais baixo.
Para isso acontecer, além da vitória aurinegra, é necessário que o Bustelo, segundo classificado, perca o jogo em casa com o ‘aflito’ Alvarenga. Caso contrário, a conquista matemática (cinco pontos de vantagem) ficará adiada para nova tentativa, seguindo-se a deslocação a Carregosa (25 de abril).
Com sete jornadas para o fim do principal campeonato distrital, a festa está a ser preparada e alguns adeptos aveirenses já se anteciparam a reservar a ‘ponte praça’ no centro da cidade com tarjas alusivas.
Pedro Moreira, capitão da equipa, é o único jogador que fazia parte do plantel aquando do fim do futebol profissional que acompanhou o percurso pelo distrital, tornando-se recordista de jogos disputados de amarelo e preto.
Tiago Ramalho, defesa central, também merece referência, por ser o segundo mais ‘antigo’ após a despromoção, acompanhando a equipa desde a segunda divisão distrital.
Outra curiosidade, Diego Tavares e André Nogueira estavam no plantel que assegurou a manutenção do emblema de Aveiro na Segunda Liga, embora sendo despromovido por incumprimentos vários, nomeadamente financeiros. Dois pilares da equipa na subida ao Campeonato de Portugal.
“Tem valido bem o sacrifício em prol desta causa”
Pedro Moreira, a fazer a décima época no Beira-Mar, evita festejos antecipados e balanços aprofundados. “Não gosto muito de estar a falar dessa maneira pois só quando matematicamente estiver alcançado o objetivo é que devemos estar a traçar cenários futuros”, explica.
Confessa, ainda assim, um “orgulho enorme” em ter aceitado o “desafio” de continuar a representar o segundo clube da carreira (o primeiro foi o Penafiel, sua terra natal), mesmo com a sua queda aos distritais. “Olhando para trás, não me arrependo nada da decisão, antes pelo contrário, tem valido bem o sacrifício em prol desta causa, que é o Beira-Mar”, garante.
O que “implica dar o máximo quer jogue ou não”, acrescenta Pedro Moreira que viu a época marcada por alguns problemas físicos e até um castigo mas voltou a merecer a confiança de Cajó para a titularidade.
“Foi com esse sentimento que aceitei ficar. Sinto-me realizado por poder ajudar o clube a crescer, estando a jogar ainda para mais e por estarmos cada vez mais próximos dos nacionais e por mais um objetivo alcançado”, diz.
Discurso direto
“Não voltem a cometer os mesmos erros”
“Espero muito sinceramente que o clube e as pessoas da cidade tenham aprendido com os erros do passado e que não voltem a cometer os mesmos erros no futuro. Foi uma nova oportunidade que o clube teve de se voltar a reerguer e estar mais forte e com bases sólidas para quando chegar aos patamares da qual não devia ter saído, ser um clube estável e sustentável”.
“Orgulho” por ser ser o jogador com mais jogos
“Esta é a minha décima temporada com o símbolo do Beira-Mar. Durante este tempo consegui alcançar uma marca pessoal e histórica para o clube do jogador com mais jogos da sua história que neste momento vou com 261 jogos. Orgulho !”
Futuro? “Ainda não sei o que decidir”
“Quanto ao futuro ainda não sei o que decidir. Vou aguardar pelo final da época e ponderar com a minha família a melhor decisão e em consonância com a direção tomar a melhor decisão para ambos.”
“Nada caiu do céu”
“A diferença pontual na classificação não traduz a realidade da época! Este grupo de trabalho teve o mérito de em todas as semanas trabalhar no máximo e no dia dos jogos ultrapassar todas as dificuldaes com muito trabalho, humildade e dedicação. Isto fez com que até hoje fossemos muito regulares e equilibrados e estarmos no lugar que estamos. Nada caiu do céu nem foi só pela qualidade do plantel pois o ano passado também havia essa qualidade e não conseguimos. Acima de tudo é um grupo de homens comprometidos com o clube a 100% e isso está a fazer com que tornemos o caminho do sucesso mais fácil.”
“[Beira-Mar] não deve dar o passo maior que a perna”
“Acho que o clube para a nova realidade do CPP, deve ter as suas metas e ambições, até pelo clube histórico que é, mas que não deve dar o passo maior que a perna! É um campeonato muito competitivo, uma realidade complementar diferente mas que na minha opinião já temos neste plantel um boa base para fazermos uma boa época. Logicamente serão sempre precisos ajustes no plantel, que com uma boa prospeção, conseguiremos construir um bom plantel.”
Adeptos: “continuem a apoiar”
“Para os nossos adeptos, peço que continuem a apoiar e a ajudar o clube a crescer. Só com uma massa adepta em crescendo é que vai fazer o clube evoluir. Eles são a voz activa desta casa. Só com esta união é que vamos fazer um clube mais forte no futuro.”
“Nesta altura, a equipa está a fazer boas exibições, faz tudo para trazer mais pessoas e merecia mais”- Cajó, treinador do Beira-Mar.
(Artigo corrigido com informação relativa a André Nogueira)