Burla de 30 mil euros com ‘jogo da pirâmide’ julgada em Aveiro

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Tribunal de Aveiro.
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Dois vendedores ambulantes residentes na Grande Lisboa, de 47 e 52 anos, começaram a ser julgados em Aveiro, esta quarta-feira, por burla.

O processo, que inclui ainda um terceiro arguido, de 46 anos, atualmente em parte incerta, que seria o cabecilha, diz respeito à apropriação de 30 mil euros angariados a pretexto da entrada num pretenso esquema conhecido como ‘jogo da pirâmide’.

Os acusados, que respondem por crime de burla qualificada, são ainda demandados pelos ofendidos, pai e filho, no pagamento da verba subtraída.

Os dois arguidos, cúmplices numa fase inicial dos contactos, presentes escusaram-se a prestar declarações no início do julgamento.

Os factos remontam ao período entre o fim de 2014 e o inícios de 2015 quando um dos ofendidos, o filho, foi atraído pelos acusados, por interposto amigo, a entrar no “jogo da pirâmide” garantindo “elevado rendimento”. Inicialmente a entrada seria de 10 mil euros. Valor que triplicou quando o ofendido aceitou participar, depois de pedir o dinheiro necessário ao pai.

Num encontro num restaurante na Mealhada, os ofendidos consumaram a entrega dos 30 mil euros pelos quais lhes foi prometido pelo arguido ausente o retorno imediato de 50 mil euros, ou seja lucro de 20 mil euros.

O cabecilha mostrou uma mala cheia de maços de dinheiro, exibindo a primeira nota em cada, e recebeu o dinheiro dos homens, ausentando-se a pretexto de conversar com um funcionário do restaurante e não voltou mais.

Os ofendidos forçaram o cadeado que tinha sido colocado na mala e encontraram maços de papel por baixo das únicas notas verdadeiras anteriormente exibidas.

Ofendido já tinha sido enganado uma vez

O ofendido mais novo, sócio gerente de uma empresa de construção civil de Barcelos, prestou declarações perante o tribunal, adiantando que já tinha sido “enganado” em dois mil euros numa primeira abordagem ao pretenso ‘jogo’, cativado pelo mesmo ‘amigo’ que servia de intermediário.

Aceitaria o encontro da Mealhada e apesar de algo desconfiando deixou-se convencer por relatos de ganhos que lhe eram feitos.

No restaurante, o arguido principal abriu a mala com os pretensos 50 mil euros. “Tinha maços embrulhados em papel, raspou a parte de cima e vi notas”, contou o ofendido que além dos 30 mil euros perdidos após a troca teve ainda de pagar o jantar, na ordem dos 90 euros.

A pretexto de tratar de um assunto, o arguido ausentou-se com o dinheiro verdadeiro e não mais voltou. O ofendido forçou a abertura da mala já a contar que “ia correr mal”, o que se confirmou ao encontrar papel em vez de notas. “Entrei em desespero, não tive reação para nada”, contou.

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