A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) aproveitou, esta quinta-feira, a 33ª Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), para reafirmar o seu empenho em torno da candidatura do barco moliceiro a Património da Humanidade, que a ser aceite, tornar-se-á o primeiro ‘selo’ da UNESCO na região.
Uma atração turística incontornável, em grande parte devido aos passeios pelas ‘cidade dos canais’, que nos últimos anos tem vindo a contrariar a sua decadência graças à construção de novos barcos seguindo modelos originais, que os tornam típicos da Ria de Aveiro, especialmente na zona da Murtosa.
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‘Barco Moliceiro: Arte da Carpintaria Naval da Região’ inscrito como Património Cultural Imaterial
Os autarcas das 11 Câmaras colocaram as suas assinaturas numa “declaração” em que reiteraram o “compromisso de prosseguirmos o caminho de registo desta bandeira distintiva de toda a nossa região sempre acompanhada da carpintaria naval das múltiplas embarcações”, um trabalho iniciado em 2019, como explicou o presidente da CIRA e do município de Aveiro.
No final de 2022, a Direção-Geral do Património Cultural aceitou a inscrição para “salvaguarda urgente” do “Barco Moliceiro: Arte da Carpintaria Naval da Região de Aveiro” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, também a pedido da CIRA. O objetivo da etapa seguinte passa por ‘elevar’ o ex-libris da Ria de Aveiro a Património da Humanidade, um estatuto que permite “proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal excecional.”
O dossiê da candidatura avançará, primeiramente, com um pedido para entrar na lista de património cultural imaterial, uma das categorias, ainda em março, junto da comissão nacional da UNESCO, que poderá indicar uma proposta anualmente junto da comissão internacional. O reconhecimento, a correr sem recuos, poderá chegar dentro de dois anos.
Na BTL, foi desvendada a data do próxima RAW – Ria de Aveiro Weekend, que inclui a ‘Grande Regata dos Moliceiros’: será a 1 e 2 de julho, num fim-de-semana repleto de outros eventos. A CIRA apresentou, ainda, a sua agenda de eventos, “com 66 convites de grande diversidade para fruir a região”.
Entre as novidades deixadas no dia da região na BTL, destaque para a apresentação do renovado espaço da exposição permanente ‘Museu do Brincar’, em Vagos, que irá abrir portas a 12 de março no edifício do mercado da vila.
Ferry elétrico vai ser batizado como ‘Salicórnia’
Uma comitiva municipal de Aveiro esteve na manhã desta quinta-feira nos estaleiros da Navaltagus, Seixal, a visitar os trabalhos de construção do ferry elétrico, que ligará as margens da Ria entre o forte da Barra e S. Jacinto a partir do próximo Verão.
O presidente da Câmara aveirense anunciou na altura que o navio será batizado com o nome de ‘Salicórnia’. Uma forma de prestar homenagem à erva aromática muito comum no salgado de Aveiro. Se em tempos idos, normalmente, tinha fama de daninha, porque era “um problema para a produção das salinas”, e acabou na atualidade por se tornar “muito apreciada” na cozinha, especialmente, por condimentar saladas gourmet, prescindindo de sal. “Dar nota de uma coisa velha e desprezível que se torna útil e moderna, por isso escolhemos entregar o nome ‘Salicórnia’ ao ferry”, explicou Ribau Esteves.
O projeto é cofinanciado pelo POSEUR, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo de Coesão (FC). O investimento é de 7,3 milhões de euros com o apoio do Fundo de Coesão no valor de 2,168 milhões de euros.
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