Bombeiros e emergência pré-hospitalar: Falta de memória ou ignorância

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INEM.

Uma ministra diz-se determinada em encontrar soluções. E quando a Liga dos Bombeiros Portugueses tem defendido, perante sucessivos Governos, essa busca de soluções para os problemas que se enredam na dita estrutura mais não faz que defender, em simultâneo, uma profunda reflexão sobre a situação

Por António Nunes *

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Há uma organização que anda nas bocas de muita gente por razões que têm apaixonado a opinião pública nacional com inverdades, porventura disparates, porventura juízos infundados, porventura juízos fundados, mas que se misturam numa amálgama opinativa que, à partida, faz crer haver falta de memória, ou só, e também, ignorância.

E no meio disso tudo os bombeiros continuam a desempenhar a sua missão de socorro pré-hospitalar como sabem e querem continuar a fazer cada vez melhor. Essa postura é bem demonstrativa de que os bombeiros conhecem a sua missão e sabem qual é o seu papel, pese embora haja quem não cumpra ou nem por vezes perceba que, para que o façam, têm de lhes ser garantida a sustentabilidade.

Sustentabilidade que parece também ser o problema da estrutura estatal de emergência, que teve os bombeiros na sua génese e por conta de quem os mesmos bombeiros continuam a prestar 90 por cento do socorro pré-hospitalar no nosso país.

É preciso voltar atrás, porventura muito atrás, para perceber o presente dessa estrutura. O seu crescimento tem sido uma constante. Crescimento, no entanto, de convulsões, de supetões, de paixões, feiras de vaidades, impulsos ou até projetos pessoais e tantos outros incidentes e acidentes que não têm permitido garantir a solução coerente para os seus problemas estruturais.

Esta estrutura sofreu dores de crescimento ao longo dos tempos, mas também evidenciou visões apaixonadas de afirmação social. Faz lembrar o entusiasmo com que foi saudado o socorro 115 nas cidades de Lisboa e Porto por ambulâncias operadas pela PSP. Do nada surgia então essa coisa fantástica saudada pela população. Depois foi a vez do SNA e depois a tal estrutura, de que tanto se fala, que também foi festejada como fator de crescimento na qualidade e na quantidade de prestações no pré-hospitalar. Em tudo isso, os bombeiros continuaram e continuam a estar sempre presentes, desde o início, lembre-se.

Uma ministra diz-se determinada em encontrar soluções. E quando a Liga dos Bombeiros Portugueses tem defendido, perante sucessivos Governos, essa busca de soluções para os problemas que se enredam na dita estrutura mais não faz que defender, em simultâneo, uma profunda reflexão sobre a situação, não mais uma, mas, definitivamente, a reflexão, e também, a continuidade da resposta ao socorro sem quaisquer sobressaltos. E, dizem os bombeiros que, porventura, será difícil, sem dúvida, mas é para esses desafios que eles cá estão e para os quais podem contar sempre com eles.

* Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

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