Bombeiros comandados por bombeiros: A história segue o seu caminho

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Aniversário dos Bombeiros da Feira (Foto Sintonia Feirense).

A história não segue o caminho que alguns querem traçar-lhe, seja por conveniência, nomeadamente, ou por qualquer outro motivo particular. A história segue o seu caminho em função das interações da sociedade democrática.

Por Rui Rama da Silva *

A história não é especialmente o que cada um possa apenas pensar, mas acima de tudo o que fazemos no âmbito das nossas próprias capacidades, no âmbito da nossa liberdade de organização e ação e no âmbito do próprio exercício da cidadania.

Reconhecer um erro passado não implica apenas a sua identificação, nem muito menos a sua aceitação. Desde logo também não implica que se perpetue e que penalize o futuro.

Bombeiros comandados por bombeiros, é um princípio de sempre, pela legitimidade e pela lógica da organização social e institucional. Desenterrá-lo tem suscitado alguma controvérsia da parte de quem, é sabido, sairá prejudicado e desvalorizado por isso. Os Bombeiros, em si, só podem sair beneficiados, respeitados e reconhecidos a outros níveis, antes ocupados abusivamente, dir-se-á.

Em abono da verdade, e é bom que saibamos a história toda ou saibamos pesquisá-la, estamos perante o restauro de uma ordem anterior do Sistema que, com o andar dos anos e da própria mudança de nomenclatura das entidades, acabou por indevidamente apropriar-se do comando dos Bombeiros, tal qual. É certo que essa usurpação também foi consentida ou, pelo menos desvalorizada. Em sucessivos congressos da LBP o tema foi sendo suscitado mas sem grandes avanços. E, no final passaram os anos, coabitámos com uma designada Direção Nacional de Bombeiros que nunca foi nada disso.

Com a definição, pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), do relançamento do Comando Nacional de Bombeiros, à luz da realidade de hoje, agitaram-se fantasmas, reergueram-se preconceitos e acirraram-se atitudes e tomadas de posição, algumas delas verdadeiramente patéticas. Tenham-se em conta, por exemplo as ausências e as proibições a propósito da recente tomada de posse da estrutura do Comando Nacional Operacional dos Bombeiros.

Não fossem os argumentos válidos, coerentes e inovadores da LBP, as posturas daqueles que, por diversas formas, vieram a terreiro, uns de forma velada, outros não, mostrar o seu desconforto, a sua acrimónia, azedume, só por si, demonstraram à saciedade estar a Liga no bom caminho.

No fundo, os “soldados”, que nunca reconheceram os “generais”, entenderam chamar a si legitimamente o seu futuro e a sua organização.

* Artigo publicado originalmente no site da Liga dos Bombeiros Portugueses.

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