Beira-Mar: Ricardo Sousa quebra silêncio para fazer “mea culpa” em nome da equipa

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Foto do Facebook do Beira-Mar (arquivo).
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“Temos de fazer um mea culpa, porque é impossível trabalharmos tanto, diariamente, as bolas paradas e andamos consecutivamente a perder jogos em lances destes”. Palavras do treinador Ricardo Sousa que no final do embate com o Lourosa compareceu, pela primeira vez esta época, na sala de imprensa para os habituais comentários após as partidas.

A derrota sofrida depois da equipa aveirense chegar ao intervalo a vencer voltou a evidenciar problemas defensivos em lances determinantes. Os golos da reviravolta forasteira foram ambos na sequências de cantos.

“Em Espinho, perdemos de bola parada [também num canto]. Hoje sofremos dois golos de bola parada, depois de passarmos dias e dias a treinar isso, a treinar as marcações individuais, à zona. Acho que temos de tirar responsabilidades e exigir mais uns dos outros, realmente a culpa é nossa. Se as bolas paradas não fossem decisivas, o vencedor hoje seria o Beira-Mar”, referiu o técnico aveirense.

Depois do empate, a equipa sofreu ajustamentos, mas o segundo golo não permitiu tirar partido e foi necessário correr atrás do prejuízo. “Senti que estávamos a perder o controlo do jogo no meio campo, decidi povoar mais a zona central, também para libertar os médios ofensivos e não se preocuparem tanto com a defesa, ganhámos altura com o Edgar. Infelizmente, nesse momento sofremos o golo que deitou por terra as nossas aspirações. Fomos à procura do golo, mas o Lourosa é uma equipa forte, é o verdadeiro candidato à conquista desta série. Ainda assim, nos 90 minutos, em jogo jogado, penso que fomos superiores”, acrescentou Ricardo Sousa.

O treinador voltou a insistir que a série D é “a mais competitiva” do CdP, considerando positivo o percurso da equipa aveirense. “Todos os pontos são importantes. Pelo menos um ponto hoje deveríamos ter conseguido. É mais uma derrota, mas isso não nos vai abater. O ano passado, muita gente estava com receio com as séries. Este ano, grande parte das pessoas meteram as mãos à cabeça. Com muita dificuldade, conseguimos um grupo para o que pretendíamos. Já se percebeu que temos jogadores importantes. A três jogos do final da primeira volta estamos nos cinco primeiros, que era o objetivo. A ombrear com os melhores, dignificar o emblema, cimentar um projeto que vai demorar tempo. Pedimos aos verdadeiros beiramarenses: não se deixem abater por algumas críticas infundadas que são feitas à estrutura e equipa. No início conseguimos ultrapassar as dificuldades e atualmente estamos no lugar que queríamos, vamos continuar. Além de jogar bem, queremos ganhar. Isso demora tempo”, afirmou.

Ricardo Sousa assumiu que na segunda parte a equipa baixou de rendimento e o Lourosa, “a melhor equipa da série”, aproveitou. “A semana passada jogámos com o Espinho, que ficou em segundo na sua série o ano passado. Temos demonstrado, apesar de tudo, que não somos coitadinhos. Perdemos a possibilidade de nos aproximar-mos mais do nosso objetivo, por erros próprios. Mas nenhuma equipa foi superior ao Beira-Mar. O único jogo em que os nossos jogadores não tiveram a capacidade que deviam foi na segunda parte com o Espinho. E nas bolas paradas, que têm decidido os jogos”, concluiu.

Discurso direto

“Temos de dar os parabéns à nossa equipa, porque trabalhou muito para ganhar o jogo. Para mais, depois de estarmos com um resultado negativo, chegou à vitória. Foi um jogo intenso. Na primeira parte tivemos a melhor oportunidade do jogo. Mas demonstramos que chegamos ao golo com alguma facilidade. Reconheço que defensivamente não estamos tão fortes, como aconteceu no golo. Três remates e não se reage… Temos de trabalhar isso. Mas penso que fomos um justos vencedores, pelo trabalho que a equipa fez. Vencemos de bolas paradas, mas tivemos outros lances para marcar. O Beira-Mar apresentou-se com uma média de altura baixa e, felizmente, soubemos aproveitar isso.” – Henrique Nunes, treinador do Lourosa.

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