O treinador do Beira-Mar surgiu revoltado com a arbitragem após a derrota em Fátima (3-1), a segunda no Campeonato de Portugal.
“Não entrámos como queríamos no jogo”, começou por dizer Ricardo Sousa nas declarações transmitidas pela rádio Terra Nova. E sem mais delongas atacou: “foi um jogo decidido por um trio de arbitragem, prometi que não ia falar da arbitragem, hoje é impossível não o fazer”.
O técnico criticou “a arrogância” do árbitro no primeiro encontro, quando verificavam o sintético. “Demonstrou o que vinha fazer. Na chegada ao relvado disse-lhe ‘boa tarde’, respondeu ‘boa tarde só se for para si’. Arrogante com o Beira-Mar, mas tratou os stewards por tu. Mostra cumplicidade muito grande também com o delegado da Federação, com os diretores do Fátima. Andou a fazer jogos amigáveis no início do ano do próprio Fátima, demonstra laço afectivo grande com a instituição, era difícil fazer mais perante tanta coisa errada dentro do relvado. Lutámos, tentámos, dignificámos o emblema do Beira-Mar. Eu não vou deixar ninguém beliscar este emblema”, afirmou.
“Vamos lutar por um dos dois primeiros lugares”
Ricardo Sousa vê forças a tentarem travar o percurso do Beira-Mar, que na época de regresso aos nacionais tem andado pelos lugares cimeiros, a que reagiu assumindo a condição de candidato aos play off. “Foi um resultado negativo, mas com estes jogadores, esta direção e equipa técnica, nós vamos lutar por um dos dois primeiro lugares, custe o que custar, pode haver pessoas a empurrar para baixo, vamos-nos reerguer muito mais rápido do que querem”, disse, insistindo que o clube perdeu “unicamente por culpa do trio arbitragem”.
[Nas declarações partilhadas pelo Facebook do clube, Ricardo Sousa diz que existem “dois lances surreais” na origem de dois golos do Fátima. E “um penalti negado” que daria o 3-2 “a 15 minutos do fim”].
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Para o treinador do Beira-Mar, os incidentes que envolveram o jogo em Fátima, incluindo o recurso a um recinto antigo, devem ser averiguados. “Peço à Federação Portuguesa de Futebol para meter a mão na consciência. Por que é que o jogo não teve transmissão televisiva ? Outros jogos tiveram piores condições. Já sabiam a vergonha que ia acontecer?. Temos jogadores a tomar banho em água fria, luz a faltar, sabiam há 15 dias que o jogo era aqui e só há três nos informaram”, referiu.
A expulsão e o pedido do árbitro de proteção policial
Sobre a expulsão após o apito para intervalo, Ricardo Sousa deu a sua explicação: “Disse ao meu diretor para lhe dizer, e eu não falar, que o Beira-Mar foi informado da grande amizade que tem com diretores e malta do Fátima, esteve a fazer dois jogos amigáveis do Fátima. Por isso, o que está aqui a fazer já não é surpresa”.
Quanto ao atraso para a segunda parte, o árbitro, segundo o técnico aveirense, “exigiu proteção policial porque estava a ser pressionado. A única pessoa que meteu pressão foi ele, estragou um espectáculo entre duas boas equipas, que vão andar a lutar pelos lugares cimeiros, nada contra os jogadores do Fátima, que lutaram e aproveitaram os erros da arbitragem”.
Apesar da derrota, Ricardo Sousa considerou que o desempenho está a ser “muito acima das expetativas”, fazendo por merecer o apoio do sócios que acompanham a equipa. “Disse aos jogadores que estava orgulhoso e podemos sair de cabeça erguida”.
Treinador do Fátima esperava “maior desportivismo” e não subscreve críticas à arbitragem
Akil Momade, treinador do Fátima, ao abordar o jogo, considerou que o resultado peca por escasso. “Podíamos ainda ter acabado com o jogo na primeira parte e tivemos duas ocasiões claríssimas de golo na parte final. O Beira-Mar é candidato, nós usámos as nossas armas, o carácter, a organização, a intensidade. Poderíamos ter terminado a primeira com quatro ou cinco a zero. Na segunda parte, fizeram um golo, tinham de tentar. Nós procurámos controlar as investidas, praticamente foram só cruzamentos, o Beira-Mar teve duas ou três ocasiões, mas estivemos muito concentrados”, afirmou.
Sobre a alteração do local da partida, o técnico disse tratar-se de “uma falsa questão”. “Estamos com problemas com o estádio municipal, temos sido impedidos de utilizá-lo. Não podíamos jogar no jardim. O jogo ganha-se dentro do campo”, reagiu.
“Neste momento estamos numa posição em que muitos gostariam de estar, em que muitos apostaram para estar aqui. As contas fazem-se no fim”, acrescentou Akil Momade que abordou ainda os incidentes que terão ocorrido ao intervalo nos balneários. “Partiram portas, deram pontapés nas portas, temos um corredor todos partido. As pessoas sabem quem foi. A minha equipa a ganhar 3-0 não partido nada”
O técnico do Fátima esperava “maior desportivismo” do Beira-Mar, ilibando a arbitragem das críticas apontadas: “Não foi por aí, não vi nenhum erro grave. Temos de fazer o nosso trabalho e não nos focarmos na equipa da arbitragem”, apelou.
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