Beira-Mar / Adeptos: “Já esperávamos isto há muitos anos. Agora, finalmente, está tudo a correr bem”

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Fernando Pereira, adepto do Beira-Mar, no jogo Beira-Mar - Macieirense.

Fernando Pereira é um dos sócios do Beira-Mar que mais dá nas vistas. Nos dias de jogo faz questão de envergar indumentárias com as cores do clube, a que não falta laço e boné. Mas não só: o seu micro carro, que também está decorado em tons amarelo e preto, não passa despercebido. Por dentro, é um pequeno museu com inúmeros adereços aurinegros.

“O meu carrinho chama muito atenção, sim. Por onde vou, toda a gente adora. Tenho muita honra nisso. As pessoas param e tiram fotografias. Faço isso pelo clube do meu coração”, contou à entrada para assistir a um jogo dos aveirenses.

A boa disposição reina entre os sócios e simpatizantes do Beira-Mar por força do título e da promoção matemática ao Campeonato de Portugal (CdP). A festa dos campeões vai durar, pelo menos, até à Supertaça.

“Já esperávamos isto há muitos anos. Agora, finalmente, está tudo a correr bem. Esperemos que as coisinhas se componham e que a gente, no próximo ano, se a equipa conseguir, continuemos a subir até à primeira. Pode demorar mais ano menos ano, mas vamos lá chegar”, comentou Fernando Pereira no desejado reencontro com o seu Beira-Mar, domingo passado, depois de ter sido obrigado a “falhar” a presença na festa de Carregosa, por questões de trabalho. “Eu gosto disto, já fui a muitos lados, por todo o país, com os ‘Ultras aurinegros’, se pudesse estava em todos os jogos”, insistiu.

“Andei também por alguns campos nos distritais, conforme o tempo disponível. Às vezes não posso ir aos jogos, mas passo antes para estar com a equipa. O meu emprego não facilita muito, sou padeiro e agora começamos a trabalhar mais cedo do que antes”, explica o adepto que faz lembrar Manuel do Laço, do Boavista.

Fernando Pereira apela à “união de todos” para não parar rumo à primeira divisão. “O lugar do Beira-Mar também não é no CdP, temos de continuar, arranjar mais adeptos para comparecer aos jogos, garantir uma equipa para ganhar”, referiu.

Entusiasmado, mas sem euforia descontrolada, mostra-se empenhado “em trazer as pessoas para o clube continuar a crescer” e ganhar ‘músculo’ para outras ambições. Para isso “era bom recuperar as pessoas que deixaram de ver os jogos quando se mudou do Mário Duarte”.

Fernando Pereira, adepto do Beira-Mar (foto AFATV).

 “Não previ o fim do clube quando bateu no fundo”

Fernando Pereira, que é natural de Aveiro mas está radicado em Salgueiro, Vagos, não esquece o “abalo” que foi a despromoção administrativa do futebol garantindo, ainda assim, que não teve medo que as feridas do impacto fossem mortais para o clube quase centenário. “Não previ o fim do clube quando bateu no fundo, porque somos poucos e quando unidos trabalhamos bem”, disse.

Reportagem áudio na ‘libertação’ dos distritais

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