AveiroBus: “Cenário” de reversão da concessão “está em cima da mesa”, mas não é o que a Câmara quer

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AveiroBus.
Natalim3

“A hipótese de reversão da concessão” de transportes públicos em Aveiro “é objetiva” e neste momento “está em cima da mesa”, devido às dificuldades que a operadora Transdev está a passar, como acontece com o setor em geral, depois de ter sido fortemente abalado pela fase pandémica e a consequente perda de passageiros.

Informação dada pelo presidente da Câmara de Aveiro durante a Assembleia Municipal, esta terça-feira à noite, em resposta ao Bloco de Esquerda.

“É uma crise de dimensão ainda não quantificada, tomara eu ter 1,200 milhões proporcionais ao tamanho da AveiroBus para resolver o problema gravíssimo. Estamos à mesa, num processo muito difícil”, disse o autarca.

Ribau Esteves não escondeu que se trata de “um problema gravíssimo” para o qual se procuram soluções “se não houver sustentabilidade e a empresa não se aguentar”.

“Até fevereiro andávamos a fazer campanhas pelo transporte público, agora é anti transporte público”, disse, lembrando que os transportes públicos estão a ser apontados como “um dos culpados principais” dos casos positivos em Lisboa, zona do país atualmente com mais surtos de Covid-19, “o que é terrível para as pessoas aderirem aos transportes públicos”.

“Temos estatísticas da utilização dos transportes públicos em Aveiro, posso partilhar, é um processo dramaticamente difícil para nós obviamente, mas em primeiro lugar para as empresas. O Bloco evidentemente não quer saber disso para nada, como é normal, mas nós queremos”, acrescentou o edil.

“Se a empresa sair ou falir, qualquer coisa, nós temos de pegar no assunto e vamos pegar. Estamos a olhar para o cenário na eventualidade de termos de pôr a mão na concessão. É o que queremos ? Negativo, queremos que continue, gostamos dela, mas estamos a olhar para tudo”, adiantou Ribau Esteves, vincando que o setor dos transportes “vive um dos momentos mais dramáticos”, apesar de se falar muito mais dos “aviões e da TAP”.

Os meses que colocaram as contas das empresas de transportes públicos ‘no vermelho’ correspondem também à suspensão de pagamentos de concessões, como acontece com a AveiroBus, gerando problemas financeiros e legais que precisam de soluções ainda por definir entre as partes.

O Bloco tinha sugerido, através da vogal Andreia Fonseca, um esforço maior da Câmara para tornar S. Jacinto “mais acessível”.

Antes, David Silva, do PCP, abordou o problema criado aos passageiros daquela freguesia afectados pela suspensão durante alguns dias da linha 13 (ligação de autocarro para o forte da Barra), questionando se a Câmara “fiscaliza o contrato devidamente”.

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