O PCP vai ter de preservar os painéis de azulejos do edifício de que é proprietário na Avenida Lourenço Peixinho, em Aveiro.
Informação dada pelo presidente da Câmara local durante a última sessão da Assembleia Municipal na sequência de uma intervenção do deputado do Chega, Gabriel Bernardo.
O eleito não deixou de “desmascarar a hipocrisia” do PCP, recordando que, recentemente, uma sua eleita local mostrou preocupação com o anunciado fim da ‘praça do peixe’, por “descaracterizar” o bairro antigo da Beira Mar, mas “vai agora substituir uma moradia de interesse por um prédio de sete andares”.
Na resposta, o líder da edilidade deu conta que a Câmara licenciou a obra de demolição “com parecer positivo das autoridades nacionais na área da cultura e da Câmara der Aveiro”, acreditando que “vai melhorar e muito a imagem urbana” naquela zona.
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Ribau Esteves afastou, por isso, qualquer interesse patrimonial ou histórico da antiga vivenda Aleluia, a não ser o conjunto de painéis de azulejos com origem na fábrica daquela família, que terão de ser preservados.
“Espero que o PCP avance rapidamente com a obra, quem sabe se um daqueles pisos não poderá ser a sede do Chega, porque é um sítio fantástico, num acordo interessante. Julgo que ficavam com um prédio mais equilibrado e para a gestão política dos extremos do espectro”, ironizou Ribau Esteves.
O autarca não dá força na possibilidade da demolição ser travada por uma tentativa, ainda em curso, de salvaguarda devido ao interesse arquitetónico, pelo contrário. “Valor patrimonial é que não tem”, garantiu, criticando quem anda “a inventar que aquilo é Arte Nova”.
Já os painéis de azulejos “que têm valor, no licenciamento têm de ser relocalizados, mas não valem a pena inventar. Anda para aí uma senhora, que nunca fez nada por Aveiro, a não ser arranjar problemas e más notícias, que anda a dar nota que é Arte Nova, não é Arte Nova coisíssima nenhuma”.
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Discurso direto
“O PCP vai demolir a vivenda porque quer construir lá um prédio de sete andares. Não serão para habitação social, cremos nós. Sabemos que já em tempos este prédio teve uma apreciação do Instituto Português do Património Arquitetónico como sendo de bastante valor. Queremos acreditar nesse parecer. Se for demonstrado inequivocamente, seremos contra a demolição. Eventualmente pintar ali uns murais nas paredes velhas ao lado, que estão a tornar-se comuns nas cidades e permitem disfarçar partes velhas. Recordo que em 2006, o anterior proprietário quis demolir para um prédio de cinco andares e o PCP foi contra. Depois de comprar passou a ser favorável” – Gabriel Bernardo (Chega).
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