Sete arguidos (seis homens e uma mulher), na maioria da mesma família, entre os 22 e os 52 anos, remeteram-se ao silêncio no início do julgamento, esta manhã, no Tribunal de Aveiro, num processo relacionado com uma tentativa de extorsão de um indivíduo a quem atribuíram o assalto a um estabelecimento de restauração de um dos acusados na ‘praça do peixe’.
Em causa, crimes violentos (coação, rapto, sequestro, roubo e extorsão) cometidos, alegadamente, quando tentaram forçar o ofendido, à data, em 2014, com 24 anos, a pagar uma quantia de 1500 euros.
Sujeito a agressões e ameaças, acabou por assinar uma confissão de dívida, em que se comprometia a pagar 100 euros de cada vez, o que nunca chegou a acontecer. Na noite dos factos, foi deixado perto de casa, em Vagos, tendo os suspeitos abandonado o local na viatura do jovem, que não mais a encontrou.
Quatro dos sete arguidos (pai e três filhos) estão acusados dos crimes não por intervenção direta com violência, mas por terem agido em cumplicidade.
O ofendido, ouvido no tribunal, adiantou que conhecia os arguidos mais novos “de saídas à noite”, negando a autoria do assalto ao estabelecimento de restauração que seria de um dos acusados.
“Fui acusado por duas pessoas do que não fiz, que tinha roubado o dinheiro. É totalmente mentira, não me lembro quem fez essa queixa na PSP, mas não deu em nada”, referiu. “Juntaram-se… pelo meu ver agiram de cabeça quente. Com mais calma não tinha acontecido este problema”, lamentou, ao confirmar as agressões e os autores.
O ofendido foi surpreendido quando estava numa festa popular, tendo sido raptado do local com violência e mantido sob sequestro no Bairro de Santiago, onde continuaram as agressões. Os arguidos mais diretamente envolvidos encontraram o jovem depois de ameaçar um amigo deste que encontraram numa gasolineira.