Um julgamento de 11 pessoas, na maioria da mesma família, acusados de crimes de tráfico de droga e, em quatro casos, também de posse de arma proibida, terminou no Tribunal de Aveiro, esta sexta-feira, com nove condenações, quatro das quais a penas de cadeia, que variam entre os 7 e 9 meses e os 3 anos e 6 meses.
Cinco outros condenados a prisão (entre 4 anos e 6 meses e 9 meses) beneficiaram da suspensão da pena com regime de prova. Duas arguidas, uma das quais tinha 17 anos à data dos factos, foram absolvidas.
A pena mais pesada recaiu no patriarca da família que chegou a recorrer, em três situações, a familiares menores para a entrega de produto estupefaciente aos compradores que o procurava num acantonamento na Gafanha de Aquém, Ílhavo. O arguido não tinha antecedentes por crimes de droga.
Dos 11 arguidos, com idades entre os 50 e os 18 anos, sete são do sexo feminino. Uma das quais, que já tinha estado sete anos presa, também por tráfico, ficou com pena efetiva, tendo pela frente uma nova pena, agora de 3 anos e 6 meses.
O tribunal determinou a perda de vantagens económicas obtidas por lucros do tráfico a cinco arguidos num valor a rondar 136 mil euros, com incidência maior em três dos condenados.
Após a leitura resumida do acórdão, no comentário final, o juiz presidente notou o facto dos arguidos serem “quase todos da mesma família” de etnia cigana, que passou a estar muito associada a este tipo de crimes “socialmente muito reprováveis”, motivados pela tentação de obter “dinheiro fácil”.
“Aponta-se a vossa etnia como traficante, está nas mãos dos senhores, dos mais velhos, chefes, não voltar a acontecer nesta família, isto é que seria um posso frente. Seria a melhor lição a tirar deste julgamento”, afirmou o magistrado em jeito de apelo.
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